quarta-feira, 28 de março de 2012

CONFLITOS NO PT



Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco – 28 de março

Agiu com sabedoria o Partido dos Trabalhadores quando inseriu no seu estatuto o sistema de prévias. É que o partido foi formado por 13 correntes, de católicos de esquerda a marxistas ortodoxos, e teve que apelar para essa fórmula para dirimir democraticamente seus conflitos internos. Sempre que houver mais de um postulante para o mesmo cargo, leva-se a questão para o diretório municipal. Se um dos dois lados tiver o apoio de dois terços, define-se o candidato sem precisar de prévias.

Caso contrário, marca-se uma eleição primária em que todos os filiados têm direito a voto. É o que pode ocorrer na capital pernambucana, para definição do candidato a prefeito, se na reunião do diretório municipal marcada para amanhã não houver acordo entre o prefeito João da Costa e os deputados João Paulo e Maurício Rands. Caso nenhum deles obtenha o apoio de dois terços, o presidente Osmar Barreto é obrigado a marcar prévias, dando-lhes um prazo razoável para fazer suas campanhas.

Quando todos estão na oposição, o risco de racha interno é mínimo. Mas quando um dos lados está no poder, como ocorre com João da Costa, a divisão é quase inevitável. Se ele porventura perder a prévia, é pouco provável que vá se engajar na campanha de João Paulo ou de Maurício Rands, independente de quem seja o vencedor. Os seus brios estarão feridos por aquilo que chama de “traição” dos próprios companheiros, o que o levaria a portar-se na campanha apenas como “magistrado”.
 
Por Inaldo Sampaio

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