sábado, 8 de junho de 2019

O 'imbróglio' da carta do Forum de Governadores


Por: Paulo Veras/Luiza Alencar

Governadores do Nordeste afirmam não terem assinado a carta divulgada pelo Fórum.Foto: José Cruz / Agência Brasil

A divulgação de uma carta do Fórum dos Governadores, onesta quinta-feira (6), que teria sido assinada por 25 gestores estaduais em apoio à manutenção dos Estados e municípios na atual proposta de reforma da Previdência gerou confusão porque os gestores do Nordeste negaram ter assinado o documento. O imbróglio aconteceu porque o texto da enésima versão da carta teria sido colocado à aprovação pelo WhatsApp e, por regra, de acordo com a assessoria de Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, os participantes do grupo que não responderem dentro de um prazo de 30 minutos "aceitam" os termos apresentados. Com isso, os nomes foram incluídos.

Após a repercussão do texto, os nove governadores nordestinos divulgaram uma carta, à parte, ponderando que é preciso enfrentar os dissensos e construir uma pauta que traga soluções para problemas que se tornam mais urgentes. Reconhecendo a necessidade das reformas, os administradores pedem "o escrutínio das divergências e o aperfeiçoamento das ações, de modo que todos sejam beneficiados, evitando-se a armadilha do divisionismo que tem acirrado os ânimos e paralisado a nação".

À reportagem, a assessoria do governador Paulo Câmara (PSB) garantiu que ele não assinou a carta do Fórum. Também negaram Wellington Dias (PT), do Piaí; Camilo Santana (PT), do Ceará e Renan Filho (MDB), de Alagoas. Renan, inclusive, ressaltou que, embora seja a favor da inclusão de estados e municípios na reforma previdenciária, não concorda com qualquer tipo de pressão ao Congresso.

No Twitter, Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, afirmou que não assinou por considerar a proposta injusta. "Circula uma carta de apoio com supostas 25 assinaturas de governadores, várias não confirmadas. Não assinei a carta por considerar que o projeto do Governo Federal é injusto e precisa melhorar muito. Só o diálogo ponderado pode resultar em um projeto equilibrado", publicou. "Não apoiarei genocídio contra os mais pobres e mais necessitados. Nem apoiarei a destruição da Seguridade Social com a tal da capitalização, de interesse dos bancos", complementou.

A governadora Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, utilizou a publicação de Dino para reafimar que não autorizou a sua assinatura no citado documento. "Faço das suas as minhas palavras, governador @FlavioDino", escreveu.

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