terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Da Coluna de Magno Martins



Postado por Magno Martins



Cúpula da segurança estadual será quase toda mantida

Por Arthur Cunha – especial para o blog

Após o nome do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, ser cogitado para a Secretaria de Defesa Social do estado, fontes palacianas foram unânimes em garantir que o atual titular da pasta, Antônio de Pádua, só não ficará no cargo se não quiser ou se não puder. É prego batido! Os palacianos foram bem mais além e cravaram que, praticamente, toda a cúpula da segurança pública estadual será mantida – as mudanças serão cirúrgicas.

Ficarão nos seus cargos os atuais chefes das polícias Militar e Civil, coronel Vanildo Maranhão e Joselito Kehrle, respectivamente. Mudança confirmada mesmo só no comando da Casa Militar, com a saída do coronel Eduardo Pereira. A permanência do comandante do Corpo de Bombeiros, Manoel Cunha, não está definida; ele pode ser trocado.

O motivo para a manutenção da cúpula de segurança é bem óbvio: os números são positivos para o governo. No mês passado, foram batidas, mais uma vez, as metas do Pacto Pela Vida. Os palacianos argumentam que não há motivos para mudar um time que está ganhando. Os índices de criminalidade têm sido reduzidos nos últimos 12 meses. Esse fator, avaliam, pesou na reeleição em primeiro turno do governador Paulo Câmara.

Antônio de Pádua tem a total confiança do governador, garantem as fontes palacianas. Se ele não ficar – o que eles acham difícil –, quem figura na lista com mais força para ocupar o posto é Humberto Freire, o número dois da SDS, também delegado federal; outro que tem a confiança do governador. Eles só voltarão ao seu órgão de origem se o futuro ministro da Segurança, Sérgio Moro, cumprir a promessa de chamar todos os delegados que estão fora da corporação.

Prescritos – A transição dos inquéritos da Decasp para o Draco, realizada com participação do Ministério Público, revela que, até o momento, 250 inquéritos então conduzidos pela delegada Patrícia Domingos (ex-chefe da Decasp) estão prescritos. O MPPE está atuando em cima dessas investigações, por meio de uma força-tarefa, e buscando soluções para evitar a impunidade pela a perda dos prazos legais. A transição observou que grande dos inquéritos inconclusos envolvia policiais acusados.

Faxineiro das polícias – A ausência de uma estrutura preparada para investigar e punir policiais corruptos e envolvidos com o crime organizado foi um dos motivos que fizeram a Secretaria de Defesa Social redefinir o papel do Grupo de Operações Especiais (GOE), vinculado ao Draco. Antes focado na repressão aos sequestros, que praticamente deixaram de existir em Pernambuco, o GOE será o faxineiro das polícias. Para isso, recrutou delegados blindados contra o corporativismo.

“Missão dada, missão cumprida” – O nome mais forte para assumir a Casa Militar é o do coronel Felipe Oliveira, atual segundo em comando da secretaria. Felipe é eficiente, prestativo e articulado. Com ele é “missão dada, missão cumprida”. Vem dos tempos de Eduardo Campos, de quem foi ajudante de ordem nos dois mandatos. Por isso, tem o apreço de todos da família do ex-governador. Também é muito querido no governo.

Para bom entendedor – Questionado, durante entrevista ao programa Frente a Frente, ontem, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, negou que iria para a SDS, mas disse que seria uma “honra” servir ao seu estado. Jungmann tem sintonia com Paulo Câmara e escolheu ficar na situação quando seu antigo partido, o PPS, passou para a oposição depois de o deputado federal Daniel Coelho assumir a sigla. Jungmann fez um balanço de sua atuação no Governo Temer e adiantou que pretende ir para o setor privado. Mas...

CURTAS

CHAMINÉ II – A segunda operação do Draco em uma semana ocorreu na manhã de ontem. Intitulada Chaminé II, a operação resultou na prisão de Ivan Domício (irmão do ex-presidente da Câmara do município, Iranildo Domício, detido na primeira fase da Chaminé), a assessora de Ivan, Paula Monteiro, e uma pessoa que prestava serviços de motorista, Pedro Paulo. O grupo responde pelos crimes de peculato, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa, envolvendo um desvio estimado em mais de R$ 5 milhões.

PIADA PRONTA – A diplomação do presidente eleito Jair Bolsonaro no dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 70 anos não passou em branco. Derrotado nas urnas pelo ex-capitão que defendeu a “memória” do torturador Brilhante Ustra, Fernando Haddad chamou a coincidência de “paradoxo”. Verdade. Mas também é paradoxo um partido como o PT, com a história que teve, ter seu presidente de honra preso por corrupção. As duas constatações parecem piada pronta, mas, infelizmente, não são. Pior para nós.

RESISTÊNCIA – Os servidores da Fundação Joaquim Nabuco estão tendo uma certa resistência ao nome do deputado federal e ex-ministro Mendonça Filho para comandar o órgão. Eles não têm boas lembranças do tempo em que o parlamentar era o titular do Ministério da Educação. Essa resistência é o que tem emperrado a ida de Mendonça para a entidade. O pernambucano aderiu a Bolsonaro na reta final da campanha. Seus aliados avaliam que, se o fizesse antes, o deputado teria se elegido senador na onda do “Bolsonarismo”.

Perguntar não ofende: Vai ter lugar no estado para abrigar todos os deputados que perderam a eleição?

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