Após 43 anos, MDB não estará na base de apoio ao presidente
por Inaldo Sampaio
Coluna Fogo Cruzado
O MDB não fará oposição a Bolsonaro, mas também não fará parte da base governista
Pela primeira vez, desde a inauguração da Nova República em 1985, o MDB não estará na base de apoio ao presidente da República. O senador Romero Jucá informou ontem que o partido vai manter uma “independência ativa” em relação ao futuro governo, embora sua bancada federal esteja liberada para reunir-se hoje com Jair Bolsonaro a fim de saber o que ele quer. Esse encontro, marcado para as 15h, em Brasília, foi agendado pelo futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a quem cabe construir a maioria governista no Congresso Nacional. Entretanto, se dependesse apenas de Bolsonaro, provavelmente não aconteceria. O presidente eleito já deixou claro que não porá em prática o “presidencialismo de coalizão” em que os partidos políticos indicavam os ministros e o presidente da República apenas os ratificaria. Daí não poder-se esperar nada de novo das reuniões que Bolsonaro terá hoje com as bancadas do MDB e do PRB. O primeiro promete ficar “independente”, embora já tenha garantido um ministro para cuidar dos interesses do partido: Osmar Terra, deputado federal pelo Rio Grande do Sul. E o segundo é o partido da Igreja Universal, cujo fundador e líder espiritual, Edir Macedo, declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno da eleição. Seja como for, será engraçado ver o MDB fora do governo após mais de três décadas de poder, incluindo a presidência do Senado e às vezes da Câmara. Será o primeiro grande teste para um partido que deixou se de ser oposição há 43 anos.
Se entrarem, eu saio!
FHC foi curto e grosso em sua entrevista às páginas amarelas da revista “Veja” desta semana: “Se o PSDB virar uma sublegenda do governo, tô fora!”. O encontro da bancada federal do partido com Bolsonaro está marcado para amanhã às 16h30 no escritório de transição, em Brasília. Apesar do alerta do ex-presidente, o deputado Bruno Araújo (PE) já é governista.
Novo líder – A única coisa sensata na resolução do PT, aprovada sábado, sobre as causas da derrota do partido para Bolsonaro é o reconhecimento de que Haddad, a partir de agora, passa a ser o grande líder nacional da legenda após ter obtido 47 milhões de votos nas últimas eleições.
O dilema – Lula tem seguidores fanáticos dentro PT como o senador Humberto Costa (PE) e a deputada eleita Gleisi Hoffmann (PR). Esses vão demorar a reconhecer a liderança de Haddad e apostar, enquanto for possível, na campanha “Lula livre” que não tem mais apelo popular.
O risco – O que mais se vê hoje nas câmaras municipais do interior é aliança de vereadores da oposição com o governo, e vice-versa, deixando prefeitos com as mãos na cabeça. Muitos prefeitos vão perder a maioria que têm nessas casas porque não têm como segurar os aliados.
Tá certo – A garantia de que Paulo Câmara vai pagar o 13% salário dos servidores públicos estaduais “rigorosamente em dia” foi dada ontem por André Campos, secretário-adjunto da Casa Civil. Ele diz que o dinheiro está guardado e irá para o bolso do servidor, oportunamente.
Haja grana – Nenhum prefeito de Pernambuco, de 2017 para cá, arrancou mais verbas federais para o seu município do que Miguel Coelho (DEM), de Petrolina, graças ao pai, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que soube tirar proveito de sua aliança com Michel Temer.
por Inaldo Sampaio
Coluna Fogo Cruzado
O MDB não fará oposição a Bolsonaro, mas também não fará parte da base governista
Pela primeira vez, desde a inauguração da Nova República em 1985, o MDB não estará na base de apoio ao presidente da República. O senador Romero Jucá informou ontem que o partido vai manter uma “independência ativa” em relação ao futuro governo, embora sua bancada federal esteja liberada para reunir-se hoje com Jair Bolsonaro a fim de saber o que ele quer. Esse encontro, marcado para as 15h, em Brasília, foi agendado pelo futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a quem cabe construir a maioria governista no Congresso Nacional. Entretanto, se dependesse apenas de Bolsonaro, provavelmente não aconteceria. O presidente eleito já deixou claro que não porá em prática o “presidencialismo de coalizão” em que os partidos políticos indicavam os ministros e o presidente da República apenas os ratificaria. Daí não poder-se esperar nada de novo das reuniões que Bolsonaro terá hoje com as bancadas do MDB e do PRB. O primeiro promete ficar “independente”, embora já tenha garantido um ministro para cuidar dos interesses do partido: Osmar Terra, deputado federal pelo Rio Grande do Sul. E o segundo é o partido da Igreja Universal, cujo fundador e líder espiritual, Edir Macedo, declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno da eleição. Seja como for, será engraçado ver o MDB fora do governo após mais de três décadas de poder, incluindo a presidência do Senado e às vezes da Câmara. Será o primeiro grande teste para um partido que deixou se de ser oposição há 43 anos.
Se entrarem, eu saio!
FHC foi curto e grosso em sua entrevista às páginas amarelas da revista “Veja” desta semana: “Se o PSDB virar uma sublegenda do governo, tô fora!”. O encontro da bancada federal do partido com Bolsonaro está marcado para amanhã às 16h30 no escritório de transição, em Brasília. Apesar do alerta do ex-presidente, o deputado Bruno Araújo (PE) já é governista.
Novo líder – A única coisa sensata na resolução do PT, aprovada sábado, sobre as causas da derrota do partido para Bolsonaro é o reconhecimento de que Haddad, a partir de agora, passa a ser o grande líder nacional da legenda após ter obtido 47 milhões de votos nas últimas eleições.
O dilema – Lula tem seguidores fanáticos dentro PT como o senador Humberto Costa (PE) e a deputada eleita Gleisi Hoffmann (PR). Esses vão demorar a reconhecer a liderança de Haddad e apostar, enquanto for possível, na campanha “Lula livre” que não tem mais apelo popular.
O risco – O que mais se vê hoje nas câmaras municipais do interior é aliança de vereadores da oposição com o governo, e vice-versa, deixando prefeitos com as mãos na cabeça. Muitos prefeitos vão perder a maioria que têm nessas casas porque não têm como segurar os aliados.
Tá certo – A garantia de que Paulo Câmara vai pagar o 13% salário dos servidores públicos estaduais “rigorosamente em dia” foi dada ontem por André Campos, secretário-adjunto da Casa Civil. Ele diz que o dinheiro está guardado e irá para o bolso do servidor, oportunamente.
Haja grana – Nenhum prefeito de Pernambuco, de 2017 para cá, arrancou mais verbas federais para o seu município do que Miguel Coelho (DEM), de Petrolina, graças ao pai, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que soube tirar proveito de sua aliança com Michel Temer.
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