quinta-feira, 19 de julho de 2018

Da Coluna de Inaldo Sampaio



É inspirado em Miguel Arraes que Carlos Siqueira não aceita a neutralidade do PSB

Inspirado em Miguel Arraes, que o antecedeu no cargo, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não aceita que seu partido fique “neutro” nas próximas eleições presidenciais. O PSB tem sido cortejado pelo PT e o PDT, mas não há consenso entre os seus líderes para conduzi-lo a uma só direção. Daí estarem surgindo vozes isoladas pregando a neutralidade, como fez o MDB em 2006, por exemplo, que abdicou de tomar partido na disputa presidencial para priorizar a eleição de deputados federais e senadores. Arraes sempre teve enorme dificuldade para aceitar que um partido político ficasse neutro numa disputa eleitoral. Para ele, o partido deveria se abraçar com o “menos ruim”, mas jamais adotar a neutralidade, que seria uma espécie de omissão política. Ele não concordava com a tese de que ficar “neutro” era também uma posição política, assim como o são também o voto branco, nulo e a abstenção. É portanto em homenagem a ele que Siqueira não aceita que o PSB fique neutro nessas eleições, talvez a única maneira de mantê-lo inteiro. “O país está em uma crise política, social e econômica sem precedentes. Aí nós vamos dizer que estamos neutros? Que partido é esse? Eu não reconheceria o PSB se ficasse neutro. Isso não seria o PSB, mas uma casa de interesses pessoais. Defendo que o partido tome uma posição. Neutralidade é inaceitável e imperdoável”, diz o presidente nacional do PSB, que pode até ser voto vencido, internamente, mas jamais aceitará essa posição.

Como acomodar o PCdoB?

Está nas mãos da Frente Popular encontrar um jeito para acomodar Luciana Siqueira e Renildo Calheiros nas próximas eleições (PCdoB). Os dois sempre jogaram em “tabelinha”. Quando Lucina estava na prefeitura de Olinda, Renildo estava na Câmara Federal, e vice-versa. Agora, que Luciana perdeu a prefeitura, ou ela ou Renildo irá para Brasília. Não há votos para os dois.

Agora é real – Odacy Amorim caiu na real e desistiu de postular a candidatura a governador dentro do PT, já que não tinha nenhuma chance. Vai tentar eleger-se deputado federal disputando votos no São Francisco com Fernando Filho (DEM), Adalberto Cavalcanti (Avante) e Gonzaga Patriota (PSB).

Sem disputa – Sosseguem Marília Arraes (PT) e Paulo Câmara (PSB) que Armando Monteiro (PTB) não pretende entrar na disputa para ver qual dos três é o mais “lulista”. A visita do senador ao ex-presidente em Curitiba teve caráter “institucional” e “pessoal”, e não eleitoral.

Lá e cá – A Fetape nunca conseguiu eleger simultaneamente um candidato a deputado estadual e outro a federal em Pernambuco, mas desta vez está animada com as chances de Doriel Barros e Carlos Veras, respectivamente, ambos do PT.

Supremacia – Ciro Gomes (PDT) sabe que é difícil, mas vai insistir enquanto puder numa aliança com o PSB e o PCdoB, partidos que, segundo ele, dariam “supremacia moral” à sua chapa. O PCdoB tem vontade de fazer esta aliança, mas não sabe como dizer “não” ao PT.

Pela maioria – Antes de Guilherme Uchoa (PSC), a mesa diretora da Assembleia Legislativa sempre foi constituída com base no critério da proporcionalidade. A maior bancada ficava com a presidência, a segunda maior com a 1ª secretaria, e assim por diante. Se esse critério voltar a prevalecer, o novo presidente será do PP.

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