domingo, 8 de abril de 2018

Náutico e Central duelam pelo fim do jejum em jogo histórico


Náutico e Central voltam a duelar após o 0x0 em Caruaru. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Publicado por Tiago Morais

Por Tiago Morais e Karoline Albuquerque – Enfim  chegou o grande dia. Neste domingo (8) a partir das 16h, a Arena de Pernambuco, estádio construído para grandes jogos na Copa das Confederações e Copa do Mundo, vai voltar a ver uma partida digna de dois gigantes do Estado de Pernambuco. A finalíssima entre Náutico e Central carrega consigo muito mais que apenas a conquista de um título para duas equipes postulantes ao certame: para uma delas a fila vai acabar. Isso tudo diante de um estádio lotado, com os ingressos esgotados, e após um empate sem gols na ida em Caruaru.

NÁUTICO

Da última taça levantada por Batata e no time com o comando de ataque de um dos maiores jogadores que já vestiram a camisa alvirrubra, ninguém menos que Kuki, o Náutico amarga um jejum e ao longo dos anos afundou em dívidas, caiu de divisões no Brasileiro, perdeu o rumo, deixou de lado sua casa. O Timbu bateu na trave cinco vezes, a última em 2014 quando ficou com o vice, tendo o Sport como campeão e algoz já na Arena.

Agora em 2018, um recomeço na equipe da Avenida Conselheiro Rosa e Silva, com um técnico que tem história com as cores vermelha e branca. Com um time de baixo orçamento, investimentos certeiros, dinâmica de análise de contratações e bom relacionamento para trazer nomes com o paraguaio Ortigoza, o time comandado por Roberto Fernandes chega à decisão como o time de melhor campanha em todos os aspectos. Ortigoza foi uma das peças trazidas pelo Timbu e que se destaca no elenco. Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Para chegar à final, o treinador usou muitos atletas do elenco. Na opinião de Roberto, isso mostra a confiança que há no grupo pelo trabalho desenvolvido para defender o vermelho e branco do clube. Mas, o time que começa o jogo é desconversado por ele.

“Muitas vezes a equipe que constrói a vitória não é quem começou o jogo. Temos exemplo no primeiro jogo da final. Na minha opinião, o Náutico fez um segundo tempo melhor do que o primeiro e houve duas modificações no intervalo. Mas para a gente que vem num trabalho do dia-a-dia, o importante são aqueles que vão iniciar sabem porque vão iniciar e o que tem que fazer. E os que não vão, a mesma motivação, foco e concentração para que no momento que precisar ser utilizado, eles possam entrar e fazer o melhor”, explicou.
ESTILO DE JOGO

Depois de 13 jogos disputados no Campeonato Pernambucano 2018, o técnico Roberto Fernandes já não tem o que mudar no estilo de jogo do Náutico para a final. Afinal, o que o Timbu tem apresentado em campo rendeu 100% de aproveitamento como mandante. “Pode mudar uma peça ou outra, mas a que mudar, ela entra com o mesmo intuito. A postura do Náutico jogando na Arena fez com que a equipe mantivesse no campeonato estadual 100% de aproveitamento. Nós não podemos fugir disso”, emendou.
CENTRAL

No ano que antecede ultrapassagem da barreira dos 100 anos, o alvinegro de Caruaru entra para a história como mais um time do interior com passaporte para decisão do Campeonato Pernambucano. Com um trabalho de reestruturação, volta a figurar como quarta força do futebol do Estado, posto este que há algum tempo já havia perdido para o Salgueiro.


Deixando para trás episódios lamentáveis com os de 2016, com denúncias de falta do mínimo de estrutura para seus jogadores como alimentação, a representação da Patativa orgulha o Agreste e todo o interior com uma campanha em 2018 invejável e eliminando potências do futebol brasileiro, como o Sport na fase semifinal.

Os destaques desse alvinegro imponente são fáceis de achar. No campo um time consciente do seu papel, com limitações, mas compensando com transpiração e aplicação tática. Tática esta que vem da prancheta e ideias de um treinador que busca outra vez o título de campeão Pernambucano. Mauro Fernandes já sentiu esse gostinho com o rubro-negro da Ilha do Retiro, clube que seu time tirou da disputa. Mauro assumiu o Central há cerca de quatro meses e levou o time à sua primeira final do Pernambucano. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

O técnico define seu Central como trabalhador, vê equilíbrio na disputa e sente o momento histórico, o momento em que o jejum pode acabar para qualquer um dos times e, valorizando o adversário, aponta que mais justiça seria ver a Patativa campeã.

“Estamos chegando no momento do jogo, é especial para as duas equipes, tanto para a do Central quanto a do Náutico, estão há um tempo sem conquistar títulos, e não é costumeiro uma equipe do tamanho do Náutico passar tanto tempo sem conquistar títulos, e o Central que é um fato inédito, nunca conquistou um título. Estamos agora no aguardo do jogo super importante para o Central, com o importante para a equipe do Náutico, mas pela história que o Central tem e por tudo que foi feito nas dificuldades, foi feito esse trabalho aqui no Central, seria justo que conquistasse esse título para a cidade de Caruaru”, disse.
DETALHES DECIDEM O TÍTULO

Falando especificamente do embate que vai apontar o campeão de 2018, Mauro Fernandes discorre sobre a campanha de Náutico e Central. Avalia alguns critérios e não vê diferença gritante que possa alguma das equipes ser considerada favorita na Arena de Pernambuco.

“Favorito, não tem, é um jogo muito equilibrado. O equilíbrio dessas duas equipes foi ao longo da competição, tiveram campanhas semelhantes em todos os sentidos, houve uma divergência de critério de uma equipe para outra mas foram equipes muito iguais no campeonato. Agora é um jogo que vai ser decidido em detalhes, um jogo de erro zero e qualquer uma das equipes que errar nos detalhes, certamente vai perder o título”, afirmou.
FICHA DO JOGO – NÁUTICO x CENTRAL

Náutico: Bruno; Thiago Ennes, Camutanga, Camacho e Kevyn; Negretti, Wendel (Júnior Timbó) e Wallace Pernambucano; Robinho, Ortigoza e Rafael Assis. Técnico: Roberto Fernandes

Central: França; Eduardo Gago, Vitão, Danilo Quipapá e Charles; Eduardo Erê, Fernando Pires, Douglas Carioca e Júnior Lemos; Leandro Costa e Itacaré. Técnico: Mauro Fernandes

Campeonato Pernambucano (final – volta). Local: Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata (PE) Horário: domingo (8), às 16h. Árbitro: Nielson Nogueira Dias (PE). Assistentes: Cleberson Nascimento e Clóvis Amaral (ambos de PE). Quarto árbitro: Tiago Nascimento(PE)

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