sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Da Coluna de Edmar Lyra


Paulo Câmara precisará fazer concessões para se reeleger

Exercendo o décimo segundo ano de governo do PSB em Pernambuco, o governador Paulo Câmara precisará de muito jogo de cintura para conquistar o seu segundo mandato no Palácio do Campo das Princesas. Nas eleições de 2014, por exemplo, Eduardo Campos permitiu a formação de chapinhas para estadual e federal, mas isto só foi possível porque ele estava com a cabeça voltada para o plano nacional, e não queria quebrar a cabeça com questões provincianas. Em condições mais normais de temperatura e pressão, ele faria como em 2010, quando fez um chapão que elegeu nada menos que 35 deputados estaduais e 20 federais.

Naquele pleito de 2014, após a morte de Eduardo, o chapão elegeu apenas 26 deputados estaduais e 18 federais pela Frente Popular. Este fato certamente não se repetirá, pois tanto a chapa de federal quanto de estadual é composta de pesos pesados e que poderá haver um resultado certamente inferior ao de 2014, com um agravante de que serão necessários 90 mil votos para começar a pensar em disputar para federal e 45 mil para começar a pensar para estadual.

Diante do cenário de dificuldade, e na clara lei da sobrevivência os partidos da Frente Popular se articulam para ficar numa chapinha para deputado federal composta por PDT, PP, PCdoB e Solidariedade. Eles fazem essa conta porque têm chances reais de eleger pelo menos cinco deputados federais, com apenas Eduardo da Fonte e Augusto Coutinho garantidos, tendo Kaio Maniçoba, Marinaldo Rosendo, Cadoca, Wolney Queiroz, Ninho e Luciana Santos disputando três vagas, o que seria uma disputa bastante igual, e haveria uma possibilidade de eleger seis a sete parlamentares se toda a chapa funcionasse, então somente de um a três nomes no máximo seriam sacrificados.

No caso do chapão sendo feito de cabo a rabo, disputariam Eduardo da Fonte, Pastor Eurico, Raul Henry, Felipe Carreras, João Fernando, Sebastião Oliveira, Danilo Cabral, Tadeu Alencar, Gonzaga Patriota, André de Paula, Marinaldo Rosendo, Wolney Queiroz, Luciana Santos, Kaio Maniçoba, João Campos, Milton Coelho, Cadoca, Fernando Monteiro, Augusto Coutinho, Severino Ninho, Júnior Uchoa, Humberto Costa e Marília Arraes, pelo menos 23 candidatos para 15 a 16 vagas no máximo, o que seria um verdadeiro Deus nos acuda.

Fazer uma eleição com uma chapinha de federal, formada por PDT, PCdoB, Solidariedade e PP, seria uma chance de eleger até 7 federais nela, e até 12 federais numa chapa composta por PSB, PR, PSD e PT, porém com a diferença de que os nomes com potencial de menos de 70 mil votos, e até mesmo aqueles que tenham no máximo 90 mil votos tenham ânimo de defender a reeleição de Paulo Câmara sem comprometê-la por eventuais desistências.

Permitir a chapinha pode até significar colocar em xeque alguns nomes do PSB, como João Fernando, Gonzaga Patriota e Tadeu Alencar, porém estará se movimentando em torno de um projeto maior que é a reeleição do governador. Hoje esta concessão para a realização da chapinha é a atitude mais acertada a ser tomada pelo governador se quiser manter a tropa unida para a luta que será travada em outubro. Tentar implodir a chapinha pode significar um problema que não será controlado pelo governo, dando margem para eventuais rupturas de atores que estão fomentando a chapa da vida para deputado federal.

Chapinha – O deputado federal Luciano Bivar bateu o martelo para a construção de uma nova chapinha para deputado federal composta por PSL, PRTB, PV, PSDC, PHS e PRP. A expectativa é que possa eleger dois federais, e integrar uma mesma coligação majoritária. Para estadual ainda não há definição de estratégia.

Segurança – Com o intuito de promover a prevenção social da violência e de levar cidadania à população, o governador Paulo Câmara lança, nesta sexta-feira, as atividades 2018 do Governo Presente (GP). O grande destaque desta edição é a extensão das ações da iniciativa para os municípios do Cabo de Santo Agostinho e do Paulista. Além disso, o mecanismo contará com o programa Juventude Presente, que vai oferecer oficinas de esporte, lazer e cultura para estimular o protagonismo juvenil, disseminando a cultura de paz nos territórios beneficiados. A solenidade acontecerá às 10h, no Palácio do Campo das Princesas.

Federal – Pré-candidato a deputado federal, Eriberto Medeiros pode ser recebido pela chapa do PP para tentar chegar a Brasília. Atualmente no PTC, ele ainda não decidiu se leva o partido para a chapinha ou se prefere realmente se filiar a um dos quatro partidos que estão realizando os ajustes para a coligação proporcional. Uma coisa está praticamente sacramentada: ele caminha para não querer continuar na Alepe.

Senador – O deputado federal Daniel Coelho pode ser um grande nome na disputa pelo Senado. Ele tem todas as credenciais para o posto, e seria a grande novidade na eleição. Ainda que precisasse disputar por uma candidatura avulsa, suas chances ainda assim, seriam muito boas, pois atende alguns requisitos que a população vem solicitando.

RÁPIDAS

De casa – Apesar de ser vice-líder do governo Paulo Câmara, o deputado estadual Tony Gel possui um espaço muito aquém da sua representatividade. Ele nunca foi prestigiado como deveria e ainda teve que engolir José Queiroz comandando a poderosa Agricultura. Pessoas ligadas ao Palácio consideram que Tony é de casa e está fechadíssimo com o governador e mesmo que perca a eleição não ficará na chuva por muito tempo, pelo menos uma assessoria especial ele garante.

Nomes – Quem vê as contas das chapinhas para deputado estadual imagina que terão 120 vagas na Alepe em vez de 49. Além do mais, existem nomes que estão em pelo menos três chapinhas. A conta definitivamente não fecha, a dúvida é se tem alguém sendo enganado ou quer enganar os incautos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário