quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Presidente do PT virou um acusador sem nexo

Josias de Souza
É dura a vida de Dilma. Chantageada por Eduardo Cunha, que ameaça colocar o impeachment em movimento, a presidente opera à sombra para espichar o mandato do seu desafeto. Simultaneamente, o presidente do PT, Rui Falcão, atiçou os brios da infantaria petista por meio do Twitter: “Confio em nossos deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissibilidade”.

Procurado para explicar sua súbita valentia, Falcão amoleceu o bico. Esclareceu que defende apenas a continuidade do processo. “Durante o processo, Cunha terá todo o direito de defesa”, disse. Quanto à cassação do mandato de Cunha, “a decisão caberá ao STF”. Hã?!? “O tratamento que eu exijo para os outros [os petistas] tem que ser aplicado a ele também”.

Ora, ora, ora… Falcão passou tanto tempo defendendo os condenados do menalão que perdeu o traquejo de acusador. No caso de Delcídio Amaral (PT-MS), o presidente do PT dá de ombros para o STF. Prepara um julgamento político para expulsá-lo do partido.

No caso de Cunha, um aliado tóxico apanhado plantando bananeira dentro dos cofres da Petrobras e guardando dinheiro na Suíça, o companheiro Falcão avalia que cabe ao Supremo, não à Câmara, perfurar o furúnculo. Antes de voltar a defender as causas justas, Falcão precisa recuperar o nexo.

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