sábado, 1 de março de 2014

O PT, QUEM DIRIA, VAI DERRUBAR OS IRMÃOS CASTRO?, POR HERÁCLITO FORTES

Enviado por Heráclito Fortes -


A facilidade como o Brasil entrou de peito aberto no investimento para a construção do Porto de Mariel é um fato realmente intrigante. Pelas características da própria ilha de Fidel, difícil imaginar resultado comercial, ainda que a médio prazo.

O que remete à máxima do velho político maranhense Vitorino Freire: “jabuti não sobe em árvore; ou é enchente, ou mão de gente”. Raro ver projeto que tenha andado tão rápido como o Porto de Mariel – das negociações comerciais e diplomáticas até a execução da obra.

Mas a quem ele interessa? A Cuba? Abrir os portos às nações amigas (ou até inimigas) não parece ser a intenção daquele país socialista. Exportação, também não.

Cuba tem hoje, cerca de 10% da produção de cana de açúcar que tinha há 30 anos, por exemplo. Em segundo, na pauta de exportações cubanas, vem o charuto. Mas a produção de charuto de Cuba de um ano deve caber no container de um grande navio que saísse de lá.

Daí a curiosidade de saber o que está por trás do Porto de Mariel. Evidentemente que este investimento foi político, até porque está fadado a um perdão futuro. Cuba não tem condições de pagar. Por fim, há outros portos na região que poderiam cumprir este papel.







Os Estados Unidos tentam, há décadas, com o embargo comercial e todo tipo de pressão, provocar mudanças na ilha e não conseguem. Caberá ao Brasil este papel?

Os contatos mantidos durante minha passagem na presidência da Comissão de Relações Exteriores do Senado com diplomatas estrangeiros e brasileiros me levaram a uma conclusão.

A diplomacia moderna americana – que, diga-se de passagem, é inábil – parece ter encontrado um caminho alternativo, no que contou com a atuação de um ex-embaixador seu: estimular o financiamento do porto de Mariel, via Brasil, um parceiro insuspeito. Não existe regime fechado com um porto daquela dimensão.

Mantido sob inédita confidencialidade, estou convencido que este assunto, com o correr do tempo, trará surpresas.

A presidente Dilma foi inaugurar o Porto de Mariel. Intencionalmente ou não, acredito que ela marcará um ponto fantástico na reintegração democrática do nosso continente, porque será a responsável indireta pela abertura do regime de Fidel Castro.

Feito isso, merece meus parabéns. Só me resta esperar a mesma agilidade com o Porto de Luís Correia, no Piauí, que espera há mais de 30 anos para ser concluído. Com menos da metade de Mariel, daria pra corrigir esta injustiça histórica.



Heráclito Fortes é ex-senador.

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