Cinismo municipal
Prefeitos reeleitos ou não passaram a demitir, cortar despesas, suspender o pagamento de credores e meter a tesoura em geral nos programas em andamento. Na Região Metropolitana no Recife, quem mais corta na carne é o prefeito reeleito Elias Gomes (PSDB).
Na primeira tesourada perderam seus empregos mais de 500 trabalhadores. Ontem, passaram a procurar emprego nos classificados mais 200 servidores, totalizando 700 pais de famílias.
No Sertão, até carro pipa usado para abastecer comunidades sem uma gota de águas nas torneiras também entraram no rol dos cortes. Não se trata de narcisismo. Afinal, ninguém gosta de fazer o mal gratuitamente.
O que existe de fato nesse corte de despesas generalizado é o receio de o gestor ser enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e passar a figurar mais adiante entre os políticos fichas sujas. Ironicamente, esses administradores municipais descobriram tarde demais que correm risco de serem atingidos pela LRP. Por que não promoveram demissões e cortes ao longo da campanha ou antes do processo eleitoral? Evidentemente, porque temiam perder a eleição. Cortes, assim, cheiram a cinismo de maus gestores.
Esta é a opinião de MAGNO MARTINS, um dos jornalistas mais conceituado do Brasil.
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