HORAS MORTAS
Ronaldo Cunha Lima
Quando você deixar de ser lembrança,
deixarei de saber o que é saudade,
pois se o eterno perder a eternidade,
a eternidade o efêmero não alcança.
Quando você deixar de ser lembrança,
de que mais vou lembrar? Da veleidade,
da procura, da busca, da ansiedade,
do olhar de espera em vã perseverança?
Quando a sua lembrança, em mim, for vaga,
imprecisa, volátil e não me traga
a nitidez de formas, formas vivas,
então proclamarei para os amantes:
Não adianta guardar alguns instantes;
as horas mortas, são definitivas!
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