Já não tinha o apoio de Jarbas Vasconcelos, uma das principais lideranças de esquerda e de partidos robustos, como o então PMDB, hoje MDB. Mas Arraes tinha feeling e achava que se elegia, mesmo contrariando os que debandaram para o palanque do seu oponente, o ex-governador Gustavo Krause, que perdeu. O mito Arraes, além de emplacar seu terceiro mandato e último, puxou Roberto Freire para o Senado.
Não elegeu o segundo senador, o ex-ministro Armando Monteiro Filho, que perdeu a vaga para o ex-governador Carlos Wilson, por uma série de equívocos de campanha, mais tarde reconhecidos pelo próprio Armando. Fernando Henrique foi eleito presidente, Lula sofreu a terceira derrota, mas Arraes foi eleito governador de Pernambuco no primeiro turno.
Entre os que torciam contra o seu projeto de voltar ao Palácio do Campo das Princesas no PMDB estava a principal liderança dos Coelho em Petrolina, o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, na condição de prefeito daquele município. E FBC, como é mais conhecido, inventou de se insurgir contra a candidatura de Arraes.
Arraes deixou a impressão de ter aprendido que, levando a política também com a cativante paixão pelo humor, quebrava as pedras dolorosas, fazia de um problemão letra morta. Rir, para Arraes, além de fazer bem à saúde, irritava os adversários.
Preferiu tratar Fernando Bezerra inspirado em Madre Teresa de Calcutá, que disse que a paz começa com um sorriso. E a FBC deu a seguinte resposta numa conversa com um interlocutor que me revelou: “Esse rapaz, da mesma forma que um cachorro novo, está entrando muito cedo no mato”.
E deu, mais uma vez, uma sonora gargalhada.
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