sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Da Coluna de Inaldo Sampaio


Bruno não impede insucesso de Doria
Coluna Fogo Cruzado




Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Não foi propriamente surpresa para o ex-deputado Bruno Araújo o primeiro revés sofrido no PSDB, ora sob seu comando, pelo governador de São Paulo, João Doria, após apossar-se do controle nacional do partido. Doria defenestrou sem pena o ex-governador Geraldo Alckmin do comando da legenda, após traí-lo vergonhosamente na eleição do ano passado, e em seguida pôs o ex-deputado pernambucano em seu lugar com um propósito específico: preparar a expulsão do deputado Aécio Neves em nome de uma “faxina ética” que pretende levar a cabo com vistas à sucessão de Bolsonaro. Araújo cumpriu o papel que lhe cabia, convocando a executiva nacional para deliberar sobre duas representações de tucanos paulistas pela expulsão do político mineiro. O que deve tê-lo surpreendido foi o placar desfavorável ao governador, ou seja, dos 38 membros da alta cúpula, 30 se opuseram à entrega de Aécio ao Conselho de Ética, 4 foram a favor e 1 se absteve. A decisão foi a mais correta, pois o neto de Tancredo Neves não tem condenação criminal em nenhuma instância. Expulsá-lo só porque virou réu num processo em São Paulo implicaria expulsar também os ex-governadores Beto Richa e Marconi Perillo, o senador José Serra e o ex-ministro Aloysio Nunes.

Elogio ao titular

Da vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) ao representar Paulo Câmara num encontro de governadores do Nordeste, em Teresina: “Eu sempre digo que ser bom, no bom, é fácil. Difícil é ser bom no ruim. Ele (Paulo) conseguiu fazer isso”. Na véspera, o governador foi atacado na Alepe por não estar executando as emendas parlamentares.

Vítima do jogo

É voz corrente na Alepe que a relação entre Paulo Câmara e o chefe da Casa Civil, Nilton Mota, já não é a mesma de antigamente e que o secretário estaria esperando a “hora oportuna” para cair fora. Mota abdicou da reeleição em 2018 para coordenar a campanha do governador e agora está prestes a ser mais uma vítima do jogo político.

Vai pra casa!

Deputados governistas também dizem que a luta do prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), para afastar o fazendário Roberto Tavares da presidência da Compesa teve início em 2018. Ao longo da batalha eles tiveram várias discussões, algumas pelo telefone. Ao final, o prefeito teve o apoio do governador para mandar seu desafeto embora.

Núcleo restrito

Sob a presidência da deputada Alessandra Vieira, o PSDB realizou ontem sua 1ª reunião a fim de prepará-lo para as eleições de 2020. O núcleo decisório é restrito: os prefeitos Raquel Lyra (Caruaru), Joaquim Neto (Gravatá), Romero Leal (Vertentes) e Joãozinho Tenório (São Joaquim do Monte), além do vereador André Régis (Recife).

Passo lento

Paulo Câmara vai aproveitar sua passagem hoje (23) por Salgueiro, para abrir o seminário “Todos por Pernambucano”, a fim de visitar a obra de pavimentação da rodovia que liga a BR-116 ao distrito de Conceição das Crioulas. Esta obra está no “Caminhos de Pernambuco”, que à falta de recursos caminha a passo de cágado.

Humilhação ao vivo

Bolsonaro não perde oportunidade para humilhar seu ministro da Justiça, Sérgio Moro, que, como ele próprio diz, não tem mais a toga nem a caneta para condenar ninguém. O presidente disse ontem que quem manda na Polícia Federal é ele, e não o ministro, que deve estar profundamente arrependido por ter pedido demissão do cargo de juiz.

Bom projeto

Em linha oposta à de associações de magistrados, procuradores, promotores e delegados da Polícia Federal, o Conselho Federal da OAB elogiou, por meio de nota, o projeto da nova Lei de Abuso de Autoridade. Diz que o projeto é “equilibrado” e que em hipótese nenhuma compromete a independência da magistratura ou do Ministério Público.

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