quinta-feira, 21 de junho de 2018

Da Coluna de Inaldo Sampaio


Governadores resolvem apostar em secretários

por Inaldo Sampaio


Coluna Fogo Cruzado
Aécio Neves inspirou Eduardo Campos e outros governadores do Nordeste

O pontapé foi dado em Minas em 2006 pelo então governador Aécio Neves. Ele chamou seu secretário do Planejamento, Antonio Anastasia, para ser seu vice. Aécio se reelegeu e em abril de 2010 deixou o cargo para candidatar-se a senador. Anastasia assumiu o governo, candidatou-se à reeleição, ganhou, e em abril de 2014 renunciou ao mandato para ser senador. Hoje, é um dos grandes quadros não atingidos pela Lava Jato que o PSDB possui. Aécio inspirou Eduardo Campos, então no Governo de Pernambuco, a tirar um secretário para disputar a Prefeitura do Recife (Geraldo Júlio) e outro para concorrer ao governo estadual (Paulo Câmara). Ambos venceram. Essa regra foi seguida na Bahia em 2014 pelo então governador Jaques Wagner, que lançou seu secretário de governo, Rui Costa, para a sua sucessão. Costa se elegeu e será reeleito agora em outubro. No Ceará, o então governador Cid Gomes em 2014 procedeu da mesma forma. Pegou seu secretário das Cidades, Camilo Santana, apresentou-o à sua sucessão e ele venceu. E tem grandes chances de ser reeleito. Aqui na vizinha Paraíba, o governador Ricardo Coutinho imitou seus colegas de Minas, Pernambuco, Bahia e Ceará. Lançou seu secretário de Infraestrutura, João Azevedo, para disputar o governo estadual. E, na pisada que ele vai, ele é franco favorito. Paulo Câmara vai para a reeleição agora em outubro e, por razões óbvias, só vai tratar de 2022 em 2022. Mas se seguir os passos do seu mentor político, seu candidato não será deputado federal e nem senador. Será um secretário.

Fica em São Lourenço

Gino Albanez (PSB), ex-prefeito de São Lourenço, não vai mais assumir a direção do Porto do Recife. Achou a casa muito desarrumada, deficitária, com muitos cargos em comissão e salários atrasados. E sem dinheiro sequer para comprar uma resma de papel. Vai ficar em São Lourenço cuidando das campanhas de Paulo Câmara, Eduardo da Fonte (PP) e Vinicius Labanca (PP).

Reeleição – Múcio Novaes, leitor da coluna, complementa informação divulgada ontem. Além de Marco Maciel, outro senador foi reeleito em Pernambuco: Novaes Filho, de quem é parente. Elegeu-se em 46 e se reelegeu em 54.

Por que? – Muitos políticos da Frente Popular estão à procura de uma explicação para as mudanças feitas por Paulo Câmara na sua equipe. Por exemplo: pra que tirar Márcio Stefanni do Planejamento e colocá-lo no Turismo faltando apenas 6 meses para o término do governo?

A intenção – Pergunta que deputados se faziam ontem na Assembleia Legislativa: ao estimular Marília Arraes (PT) a anunciar aliança com o Avante, sem prévia discussão com o PT, para fazê-lo candidato a senador em sua chapa, Sílvio Costa quis ajudá-la ou tirá-la do páreo?

A razão – Não só no Brasil, mas no mundo todo, eleitores nem sempre votam com a razão. Se o fizessem, Geraldo Alckmin (PSDB), que chega amanhã ao Recife, não teria apenas 6% de intenções de voto para presidente, tendo sido 4 vezes governador de São Paulo.

Reuniões – Não é só Paulo Câmara (PSB) que está recebendo pequenos grupos de prefeitos para conversar sobre as eleições. O senador Armando Monteiro (PTB) também está fazendo isto. A lista começou pelo Agreste Meridional.

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