sábado, 27 de janeiro de 2018

Da Coluna de Edmar Lyra


Créditos: Nando Chiappetta/DP

Múltiplas candidaturas é o melhor caminho para a oposição

A pesquisa do Instituto Múltipla divulgada ontem trouxe um cenário que consolida a tese defendida por alguns oposicionistas de que o melhor caminho para derrotar o PSB será lançar duas candidaturas em vez de uma, no caso Armando Monteiro, líder no levantamento e detentor da menor rejeição dentre os candidatos, e Fernando Bezerra Coelho, que é senador e não tem nada a perder disputando o governo.

Chamou atenção a oscilação negativa de intenções de voto de Paulo Câmara e o crescimento da sua rejeição para assombrosos 63,5%. Quando o eleitor diz rejeitar determinado candidato é um indício de que dificilmente ele mudará de ideia a ponto de parar de rejeitar e acabar votando nele, estudiosos de estratégia eleitoral avaliam que uma rejeição dessas praticamente inviabiliza o candidato, porém ainda é cedo para dizer que Paulo Câmara será derrotado por causa disso, pois o governo tem mecanismos para se recuperar, basta querer, e inexoravelmente Paulo tende a figurar no segundo turno.

É importante ressaltar que a oposição que hoje tem MDB, PSDB, DEM, PTB, PRB, Podemos, PV, PRTB e Avante precisa dividir bem os apoios para que um candidato não entre em condições de disputa fragilizado, portanto seria prudente Armando ser candidato apoiado por PTB, PRB, Podemos, DEM, Avante e Solidariedade, e Fernando disputar com MDB, PSDB, PSC, PRTB e PV, o que garantiria os dois nomes da oposição com o básico para colocar o bloco na rua.

Nas eleições de 2006, quando houve dois turnos, Mendonça Filho então governador, não possuía nem sombra da rejeição de Paulo Câmara, ainda assim os candidatos da oposição catapultados pelo sentimento de mudança e pela força do governo federal, que sempre será uma caneta mais forte que a estadual, conseguiram forçar o segundo turno e Eduardo Campos, terceiro lugar nas pesquisas, acabou vencendo a disputa na segunda etapa. Em 2018, ao que parece pela pesquisa Múltipla o sentimento de mudança está cristalizado, e lançar dois candidatos será fundamental para a oposição fragilizar Paulo Câmara, sobretudo nos debates, forçar o segundo turno e o finalista chegar em viés de alta para tentar vencer um ciclo político que está num claro sinal de esgotamento no estado.

Chapinha – O deputado federal Eduardo da Fonte acrescenta nomes para a chapa do PP como o vereador de Carpina Antonio Resende, o presidente da Câmara de São Lourenço da Mata Denis Alves, o vereador do Recife Romero Albuquerque e alguns outros nomes que juntos garantirão que a sigla faça 1 milhão de votos nominais mais legenda e eleja dez deputados estaduais em vez de oito como avaliamos em nossa coluna.

Desespero – O chapão que está sendo desenhado por PSB, PSD e PR, que tem cerca de 20 deputados que tentarão a reeleição por estas siglas, deverá eleger no máximo 17 deputados, configurando-se no chapão da morte, sendo necessários pelo menos 45 mil votos para brigar pelas últimas vagas, deverá sofrer mais algumas baixas e perder alguns deputados que se tiverem juízo procuram outro caminho para disputar as eleições deste ano.

Federal – PDT, PSL, Solidariedade, PP e PCdoB seguem convictos da necessidade de formarem uma chapinha para federal, que teria potencial para eleger de seis a sete deputados. Sonham com ela Luciano Bivar, Augusto Coutinho, Luciana Santos, Wolney Queiroz e Eduardo da Fonte, pois o último deveria entrar com menos de 70 mil votos. No chapão do PSB a conta é acima de 90 mil e ninguém está disposto a correr riscos.

Salto – O deputado estadual Eriberto Medeiros, que exerce o terceiro mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, está avaliando ser candidato a deputado federal em outubro. Com o mandato de estadual, um mandato de vereador do Recife e a prefeitura de Cumaru tem todas as condições de fazer boas dobradinhas e alcançar o mandato em Brasília.

RÁPIDAS

Encontro – A oposição realiza, neste sábado, em Petrolina a segunda edição do Pernambuco Quer Mudar. O evento contará com a presença dos ministros Fernando Filho e Mendonça Filho, dos senadores Armando Monteiro e Fernando Bezerra Coelho, dos deputados federais Ricardo Teobaldo, Jorge Corte Real, Bruno Araújo, Adalberto Cavalcanti e Zeca Cavalcanti e de dezenas de prefeitos de todo o estado.

Serra Talhada – Já em Serra Talhada, o prefeito Luciano Duque promete abalar as estruturas num grande ato para Marília Arraes como lançamento da pré-candidatura dela ao governo de Pernambuco. Marília, que apareceu com 15% na pesquisa, está com a candidatura irreversível e se o PT rifá-la entrará no mais absoluto colapso.

Inocente quer saber – Eduardo da Fonte será novamente o deputado federal mais votado de Pernambuco?

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