domingo, 10 de setembro de 2017

Fachin decreta prisão de Joesley e Saud, delatores da JBS




LEANDRO COLON
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA 10/09/2017 07h16 - Atualizado às 08h52

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O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), acatou o pedido de prisão dos delatores Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS, segundo apurou a Folha.

As prisões são temporárias. Não há ainda previsão sobre quando serão efetuadas pela Polícia Federal.

Segundo a Folha apurou, Fachin negou estender a medida ao ex-procurador Marcelo Miller.

Os pedidos de prisão dos três foram feitos pelo procurador-geral, Rodrigo Janot na sexta (8).

Sérgio Lima/AFP Photo


Joesley Batista é acusado de descumprir dois pontos e cláusula do acordo de delação


Na sequência, os advogados deles colocaram os passaportes de seus clientes à disposição do Supremo e pediram para eles serem ouvidos por Fachin.

Na última segunda-feira (4), Janot anunciou a abertura de investigação para apurar possíveis irregularidades nas negociações da colaboração firmada com o Ministério Público.

O centro da crise é uma gravação, datada de 17 de março, em que Joesley e Saud indicam possível atuação de Miller no acordo de delação quando ainda era procurador –ele deixou o cargo oficialmente em 5 de abril. O áudio foi entregue pelos delatores no dia 31 de agosto.

Para a equipe de Janot, houve patente descumprimento de dois pontos de uma cláusula do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que justificaria rever os benefícios.

Os três, Joesley, Saud e Miller prestaram depoimentos entre quinta (8) e sexta (9). Janot não se convenceu dos argumentos. Para ele, há indícios fortes de que Miller participou sim da elaboração do acordo de colaboração.

Joesley alega que foi apresentado a Miller por Francisco de Assis e Silva, advogado da empresa e também delator, porque estava à procura de alguém para a área de anticorrupção da empresa.

Os delatores argumentam que apenas consultaram Miller em linhas gerais sobre o processo de delação e que acreditavam que ele já havia saído da PGR.

O ex-procurador pediu o desligamento do Ministério Público Federal no dia 23 de fevereiro, mas a saída foi oficializada em 5 de abril.

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