terça-feira, 22 de agosto de 2017

Da coluna de Magno Martins



Postado por Magno Martins


Pastor leva Rio ao caos

Estou no Rio, há dois dias, não encontrei, ainda, um só carioca satisfeito com a gestão do prefeito Marcelo Crivella (PRB). O pastor da Igreja Universal ainda não disse a que veio e vive envolvido em trapalhadas. A primeira baixa foi a do bombeiro Cláudio da Fonseca, indicado para a Subsecretaria de Defesa Civil. Ele já havia sido condenado por uso irregular de recursos. Aos cinco dias de governo, Crivella tornou nula a nomeação.

Depois, anunciou o nome do engenheiro Paulo Cesar Ribeiro pra presidência da Companhia de Transportes Municipais, mas voltou atrás. Justificou dizendo que ele estava com uma doença grave, mas o engenheiro desmentiu. Dias depois, recuou na nomeação do advogado Arthur Fuks, que compartilhava no Facebook mensagens a favor da morte de criminosos.

No meio desse caminho, seu governo nomeou ainda uma servidora que fez concurso para merendeira e um blogueiro para cargos na Secretaria de Transportes, mas a Prefeitura justificou a escolha deles pelo currículo que acumulavam. Já uma segunda merendeira que havia sido nomeada pra mesma secretaria foi exonerada dias depois. Outra crise diz respeito ao vice Fernando MacDowell. Ao se tornar público que ele é inadimplente do IPTU, deixou o prefeito em uma situação muito delicada, em uma área que o município precisa trabalhar com bastante eficiência.

Trapalhadas à parte, nada foi tão simbólico quanto o prefeito simplesmente errar o dia do aniversário da cidade. Foi o que ele fez no dia seguinte à comemoração do padroeiro São Sebastião. “Nossa cidade maravilhosa, que ontem fez aniversário, a ela eu peço uma salva de palmas”, discursou.

O prefeito também teve a imagem desgastada por prometer cortar os cargos comissionados em 50%, mas, dias depois, começar a renomear servidores. No Diário Oficial do dia primeiro, Crivella decretou a criação de 21 planos de trabalho que versavam sobre os mais diferentes temas: desde a elaboração de estratégias para aumentar a arrecadação até um estudo para a criação de dois viveiros.

Até hoje, nada funcionou. Crivella diminuiu de R$ 24 para R$ 12 milhões a subvenção municipal das escolas de samba. O objetivo era destinar o dinheiro a creches conveniadas com a Prefeitura, mas a medida despertou a ira dos mestres do Carnaval que ameaçaram com não celebrar os desfiles. O episódio, ainda, reavivou a recorrente questão de se Crivella estaria agindo mais por preceitos religiosos do que financeiros.

Uma chuva incomum no mês de junho alagou vários bairros da cidade. A do Jardim Botânico, por exemplo, parecia um pantanal, e as reportagens alertavam que passageiros presos nos ônibus não tinham coragem de sair porque havia cobras deslizando entre os veículos. Os alagamentos, comuns e problemáticos também na época de Eduardo Paes, o ex-prefeito, escancararam, no entanto, que o novo prefeito tinha cortado em 60% o orçamento de conservação.

Isso impactou diretamente na manutenção de bueiros e galerias pluviais. No dia seguinte, quando ainda havia pessoas indo trabalhar com água pela canela, Crivella disse que “passamos no teste”, provocando aluvião de depoimentos na mídia e nas redes sociais mostrando o contrário. Enquanto o Rio agoniza, o prefeito foi ao Senado cantar em homenagem aos 40 anos da Igreja Universal. O que se diz por aqui é que ele não tem sequer um plano estratégico de gestão. Coitada da Cidade Maravilhosa!

HERANÇA MALDITA– Crivela atribui suas dificuldades à herança recebida do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB). Alega que o déficit encontrado foi de R$ 3,2 bilhões no orçamento e de cerca de R$ 320 milhões em restos a pagar. A gestão anterior deixou ainda R$ 479 milhões em dívidas de bens e serviços que foram cancelados em 2016. A maior parte desse déficit, R$ 116 milhões, é do setor de saúde. A receita disponível para este ano ficou estimada em R$ 26,3 bilhões, ou 11% menos que a previsão inicial, de R$ 28,6 bilhões. Já o déficit em 2017 com a Previdência Municipal deve ser equivalente a mais de 10% do orçamento da cidade, algo em torno de R$ 2,8 bilhões.

Risco de cassação-
 Em Caruaru, o vereador Alysson da Farmácia (PPS) responde a um inquérito que corre em segredo de justiça que pode custar o seu mandato. Segundo o Ministério Público apurou, ele é acusado de abuso de poder econômico, doação de cestas básicas e ligações clandestinas de esgotos para beneficiar eleitores. Em depoimento à Polícia Federal, o empresário Cristiano Nascimento confirmou que ajudou a montar o esquema da eleição do vereador em troca de um cargo, o que nunca se concretizou.

Protesto sem fim– A presença de caminhões-cegonha estacionados na Avenida Boa Viagem completou onze dias ontem, um dia após o motorista de um carro ficar ferido e ser hospitalizado depois de bater em um dos veículos, que estão parados em vagas para automóveis de passeio. Levados para a beira-mar desde 10 de agosto, quando foram retirados da região central da capital devido a uma medida judicial, os caminhões estão sendo usados por seus motoristas em protesto que pede maior inserção da categoria no transporte dos veículos produzidos em Goiana ao Porto de Suape. A atitude deles tem dividido a opinião de quem passa pelo local. Os veículos ocupam a faixa da direita da avenida, do Clube da Aeronáutica e as imediações do Parque Dona Lindu.

Distrital misto– O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defende um sistema distrital misto para as eleições em 2022 e uma forma de 'transição' nas próximas eleições. "Tem um texto que vai fazer a transição com o sistema atual ou com o sistema majoritário e vai caminhar para 2022 para o distrital misto", afirmou. "Aprovado dessa forma é um grande ganho para o povo brasileiro já que os dois polos de sistema que são defendidos não tem votos suficientes para vitória. Nem o distrital puro tem maioria, nem a lista preordenada sozinha consegue maioria”, acrescentou.

Pacto vira letra morta–
 Em julho, Pernambuco chegou a 3.323 crimes contra a vida no ano. Isso já é mais do que o que foi registrado em todo o ano de 2012 (3.321) e 2013 (3.100). No primeiro semestre de 2017, o País teve 1,7 mil homicídios a mais do que no mesmo período do ano passado; 913 deles aconteceram em Pernambuco. "Os padrões que observamos para este ano mostram que Pernambuco pode chegar a número absoluto de homicídios que talvez seja o maior da história, entre 5 mil e 5,4 mil. Na melhor das hipóteses, que ainda assim é muito ruim, equivaleria a 10% dos homicídios do Brasil e a quase 1% do mundo. É uma tragédia civilizatória", diz José Luiz Ratton, professor da Universidade Federal de Pernambuco, um dos cabeças do Pacto pela Vida, que, no seu entender, morreu.

CURTAS

SANEAMENTO– Apenas 30,4% das cidades brasileiras têm planos municipais de saneamento básico. É o que aponta um estudo do Instituto Trata Brasil divulgado, ontem, feito com base em dados do governo federal. Segundo o levantamento da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, ligada ao Ministério das Cidades, das 5.570 cidades brasileiras, apenas 1.692 (30,4%) declararam ter feito seus planos municipais.

PROTESTO– Moradores de Escada, na Zona da Mata Sul, realizaram, ontem, um protesto na BR-101. Eles fecharam os dois sentidos da estrada para contestar o reajuste de preço de passagens de ônibus que circulam na região. Uma via de cada sentido foi liberada por volta das 10h30. O ato começou por volta das 3h50, no KM-120. Os manifestantes colocaram fogo em entulhos e em galhos de árvores.

Perguntar não ofende: Por que Lula anda destilando tanto ódio em relação ao País que Dilma, cria dele, afundou?

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