segunda-feira, 24 de abril de 2017

Da coluna de Magno Martins


Postado por Magno Martins


Louvado seja o Salgueiro!

Saio, hoje, neste comentário, da temática política para louvar o guerreiro time do Salgueiro, que representa o Interior e, especialmente, o Sertão, na final do campeonato pernambucano de futebol. Quem viu a semifinal contra o Santa Cruz, meu clube de coração, percebeu que a garra, a fúria e a valentia são produtos da mesma energia que brota da terra seca, do jeito valente de ser sertanejo.

Não é fácil para quem nasce e vive nas entranhas do Sertão euclidiano superar as adversidades cruéis para entrar na elite do futebol pernambucano. Quem nasce em chão que não ver chuva, mas que tem um canto belo, venha de onde vier, do sabiá, da acauã ou do repentista, parece condenado à pobreza, ao isolamento. Por isso, momentos de raras felicidades, como estar numa final no futebol, merece o tilintar de um champanhe.

O Salgueiro encarnou também a máxima de Euclides da Cunha, que disse que o sertanejo é antes de tudo um forte. Os atletas salgueirenses foram, na prática, o exército de Antônio Conselheiro, que não se rendeu um só instante. Luiz Gonzaga, o rei do baião, esteja onde estiver, deve estar comemorando, porque ninguém mais do que ele difundiu o Sertão e sua gente.

Uma das suas frases antológicas traduz isso tudo: “Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o Sertão, que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor”. Certamente, se ainda estivesse entre nós, Gonzagão cantaria o Carcará, símbolo do Salgueiro Futebol Clube, que virou uma bela melodia pela veia talentosa de Zé Ramalho.

”Carcará/ Lá no sertão/É um bicho que avoa que nem avião/É um pássaro malvado/Tem o bico volteado que nem gavião/Carcará/Quando vê roça queimada/Sai voando, cantando/Carcará/Vai fazer sua caçada/Carcará come inté cobra queimada/Quando chega o tempo da invernada/O sertão não tem mais roça queimada/Carcará mesmo assim num passa fome/Os burrego que nasce na baixada/Carcará/Pega, mata e come/Carcará/Num vai morrer de fome/Carcará/Mais coragem do que home/Carcará/Pega, mata e come”.

Com dizia Luiz Gonzaga, louvado seja o Sertão, recorro aos seus préstimos: Louvado seja o Salgueiro!

TEM PROVAS No seu interrogatório ao juiz Sérgio Moro, o empresário Léo Pinheiro, dono da OAS, revela que esteve no triplex com Lula e a mulher, em fevereiro, e, em agosto, com dona Marisa Letícia. Outras provas também já foram juntadas ao processo. Os procuradores conseguiram, com empresas telefônicas, registros de ligações entre Léo Pinheiro e pessoas ligadas ao Instituto Lula. O relatório mostra que, entre 2012 e 2014, foram 192 telefonemas entre Léo Pinheiro e Paulo Okamoto, presidente do instituto, e uma das pessoas mais próximas a Lula.

Dono do time vira prefeito–
 Quando levou o Salgueiro à semifinal pela primeira vez em 2012, o empresário Clebel Cordeiro nem imaginava trocar os bastidores do futebol, como presidente do clube, pela vida pública. Eleito prefeito, quem sabe o destino não reservará a alegria de ver o seu time campeão com ele no poder! As apostas já começaram. O Carcará leva a vantagem de ter feito a melhor campanha e com isso disputar a final em casa, no estádio Cornélio de Barros.

Efeito devastador– A recessão, a queda do preço do petróleo, a redução dos gastos do Governo e a operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção envolvendo a Petrobrás, empreiteiras e agentes do Governo, tiveram efeito devastador no emprego. Levantamento pelo jornal Estado de São Paulo mostra que, somente entre funcionários diretos e terceirizados das empresas envolvidas, o corte de vagas entre o fim de 2013 (antes da deflagração da Lava Jato, em março de 2014) e dezembro de 2016 foi de quase 600 mil pessoas. Analistas apontam que o efeito foi ainda maior, quando se consideram as vagas indiretas.

Sexta tem greve-geral - Centrais sindicais organizam greve geral (ou paralisação nacional) para a próxima sexta-feira. Pode ser a maior mobilização de trabalhadores e de diversos setores da sociedade dos últimos 30 anos. O protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista e a Lei da Terceirização está sendo convocado por oito centrais sindicais que, juntas, representam mais de 10 milhões de trabalhadores. Segundo sindicalistas, a última grande paralisação envolvendo diversas categorias ocorreu em 1986, durante o governo Sarney, contra o Plano Cruzado.

Start para duplicação–
 O ministro dos Transportes, Mauricio Quintela, vem ao Recife, na próxima quinta-feira, na comitiva do presidente Temer, que cumpre agenda no porto de Suape. Ao lado do secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, na foto ao lado, Quintela estende sua programação no Estado indo ao município de Xexéu, na Zona da Mata, para liberar um trecho concluído de 10 km da BR-101. Na semana passada, durante encontro em Brasília com Quintella, Sebastião recebeu o start para abrir a licitação da duplicação da BR-423, que liga São Caetano a Garanhuns.

CURTAS

FUNDAJ– O ministro da Educação, Mendonça Filho, assinou a liberação de R$ 264 mil para as obras de restauro e reparação da unidade do Derby da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Recife. O custo total da obra, iniciada em 2015, é de, aproximadamente, R$ 5 milhões. Desse valor, R$ 2,5 milhões já foram liberado. “Assumi o Ministério da Educação em uma condição onde só na rede de educação vinculada à pasta havia 700 obras paralisadas em todo o País”, disse o ministro.

CAPACITAÇÃO – Moradores do Ibura, no Recife, interessados em se capacitar para abrir ou gerenciar melhor seu próprio negócio podem participar, a partir de hoje, da Sala do Empreendedor nos Bairros, ação itinerante realizada pela Prefeitura do Recife. A atividade é gratuita e acontecerá até a próxima sexta-feira, a partir das 18h30, na Escola Estadual Jordão Emerenciano, fruto de parceria entre a PCR e o Sebrae. As inscrições são realizadas no local e por ordem de chegada.

Perguntar não ofende: Ainda tem reforma da Previdência?

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