segunda-feira, 28 de março de 2016

Da coluna de Inaldo Sampaio


Se tivesse provas, abalaria a República
Postado por Inaldo Sampaio

Coluna Fogo Cruzado – 28 de março

O ex-deputado Pedro Corrêa foi o relator da CPI da Vasp em 1992 e produziu um relatório favorável ao ex-governador Orestes Quércia

Não foi a partir do mensalão que o ex-deputado Pedro Corrêa testemunhou ou participou de muitos acertos políticos “não republicanos” que ocorreram na Câmara Federal. Ainda na década de noventa, quando se instalou uma CPI na Casa para investigar a privatização da Vasp por parte do governo de São Paulo, já circulara a informação de que o ex-deputado pernambucano recebera vantagens para produzir um relatório favorável ao então governador Orestes Quércia. De lá para cá ele esteve envolvido em outros episódios, entre os quais o mensalão e o esquema de propina da Petrobras, sobretudo quando era presidente nacional do Partido Progresssista (PP). Daí sua delação premiada ao Ministério Público ter espalhado brasa em cima dos ex-presidentes FHC e Lula, do senador Aécio Neves, do ministro Augusto Nardes (TCU) e do falecido banqueiro Olavo Setúbal. Se tivesse provas de tudo que disse, abalaria a República.

Afastamento temporário

Ninguém mais tem dúvida de que o diretório nacional do PMDB vai aprovar amanhã, por ampla maioria, o rompimento do partido com o governo Dilma Rousseff. Será mais um capítulo do afastamento da presidente pelo processo de impeachment, cujo desfecho está previsto para o final de abril. O que o partido não sabe ainda é o que irá fazer com os seus sete ministros. Uma das saídas em exame é solicitar de todos que se afastem temporariamente (licença) da legenda.

Imitação – Na mesma pegada do PMDB, o Partido Progressista (PP) reunirá seus líderes na próxima quarta-feira para decidir também se fica ou sai do governo Dilma. O PP indicou o ministro da Integração (Gilberto Occhi) e o superintendente da Codevasf em Petrolina. A perda desses cargos não preocupa o partido, que deverá recuperá-los no futuro governo Michel Temer.

Páscoa – O prefeito Bruno Martiniano ainda não pisou em Gravatá após ter sido afastado pela intervenção, mas enviou mensagem a alguns amigos desejando-lhes “Paz e boa Páscoa”.

Bomba – Decidido a disputar a prefeitura de Goiana, o ex-deputado Osvaldo Rabelo Filho (PMDB) esteve lá na Semana Santa e fisgou diversos aliados do prefeito Fred Gadelha (PTB).

Salvo – Se, como dizia Nélson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”, o juiz Sérgio Moro está salvo. Foi unanimidade nacional até o grampo que captou a voz de Dilma. Hoje não é mais.

Promessa – O traçado da adutora do Pajeú contempla a cidade de Itapetim, mas deixou fora Brejinho que fica a 5 km de distância. O prefeito José Vanderley (PSB) pediu a Paulo Câmara para incluir sua cidade no projeto e o governador prometeu atendê-lo. O prefeito filiou-se ao PSB pelas mãos de Eduardo Campos e foi eleitor de Ana Arraes.

Apoio – O engenheiro e prefeito de Belmonte Marcelo Pereira (PR) não vai disputar a reeleição. É sócio de uma construtora em Serra Talhada e decidiu voltar para os seus negócios.
O candidato dele à sucessão municipal é o médico Vital Sobreira (ex-PTB), que foi seu adversário em 2012. Vital perdeu a eleição por apenas 54 votos.

Cartilha – O prefeito de Afogados da Ingazeira e presidente da Amupe, José Patriota (PSB), encomendou uma cartilha sobre as eleições municipais e já começou a distribuí-las com os associados. A cartilha esclarece, didaticamente, prazo para desincompatibilização, para a realização das convenções e para o registro de candidaturas, início da propaganda eleitoral, financiamento de campanha, limite de gastos com propaganda, etc.

Toga – O ex-presidente Lula pisou na bola, e pisou feio, quando exigiu “gratidão” de Rodrigo Janot por ter sido reconduzido por Dilma Rousseff à chefia da PGR (Procuradoria Geral da República). Um ministro aposentado do STJ que foi nomeado para o TJ-PE por Roberto Magalhães teve um comportamento exemplar. Procurou o governador e lhe disse o seguinte: “Espero, um dia, retribuir o que o senhor fez por mim, menos com a toga”.

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