segunda-feira, 1 de junho de 2015

Da coluna de Magno Martins


Postado por Magno Martins
Em três palanques

O governador Paulo Câmara (PSB) foi a Caruaru participar da abertura oficial do São João, sábado passado, mas antes de cumprir o ritual com o prefeito José Queiroz (PDT) encheu a pança num almoço na casa do deputado Tony Gel (PMDB), provavelmente candidato a prefeito nas eleições do ano que vem.

As forças aliadas ao governador têm ainda uma terceira corrente, a do ex-governador João Lyra Neto, representado nos festejos juninos pela filha, a deputada estadual Raquel Lyra (PSB), também pré-candidata a prefeita. Já reeleito, Queiroz ainda não manifestou preferência por nenhum nome do seu grupo.

Fala-se, entretanto, no senador Douglas Cintra (PTB). Embora governista no município, amigo e leal a Queiroz, Cintra no plano estadual é vinculado ao ministro Armando Monteiro Neto. Para o prefeito emplacar sua candidatura com o apoio de Câmara, que derrotou Armando na contenda pelo Estado em 2014, parece um cenário se não impossível, mas complicado.

Queiroz conta com o apoio velado do governador, que, recentemente, fez dois grandes gestos com Caruaru, liberando R$ 10 milhões para a nova feira da sulanca e R$ 2,5 milhões para bancar atrações artísticas no maior São João do mundo, como dizem, de peito estufado, os caruaruenses.

Mas de que lado, afinal, estará Paulo Câmara? Pelo congraçamento na casa de Tony Gel, que chegou a cantar e tocar zabumba para a comitiva do governador, deu a impressão de que acabará subindo em três palanques na capital do forró: no do candidato do prefeito, no de Gel e, por fim, no de Raquel.

Quem sobrará em Caruaru para fazer oposição? De verdade, ninguém, pois ali o embate municipal se deu, historicamente, entre os grupos de Queiroz e Lyra contra Tony Gel. O fato novo é a construção da chamada terceira via. Rompido com o prefeito, João Lyra vai ter que bancar sozinho a candidatura da filha.

Se vier a fazer uma aliança para derrotar Queiroz, que recentemente disse que dele (Lyra) só tem levado coices, o ex-governador só tem uma alternativa: selar um entendimento com Tony Gel, o que pouca gente, na verdade, acredita de boa fé em Caruaru.

COM MADALENA– Já no caso de Arcoverde, onde esteve também no sábado, logo cedo, para inaugurar a praça da Rodoviária, o governador já bateu o martelo com a reeleição da prefeita Madalena Brito, ainda sem partido, mas provavelmente a caminho do PSB. Madalena enfrentará um candidato apoiado pelo grupo do deputado federal Zeca Cavalcanti (PTB), com quem rompeu logo após as eleições passadas.

Ladeira abaixo – Deu, ontem, no blog do jornalista Gerson Camarotti: “O Palácio do Planalto teve acesso a uma pesquisa que avaliou a popularidade do governo. Nas palavras de um auxiliar da presidente Dilma Rousseff que teve acesso aos números, o resultado é preocupante. Pela primeira vez, a aprovação do governo Dilma está abaixo dos 10%, segundo a pesquisa”.

Divisão em Petrolina– Em Petrolina, o quadro ainda está embolado. O PSB, partido do governador, deve lançar o nome do deputado federal Fernando Filho para enfrentar o candidato do prefeito Júlio Lóssio, que estaria preparando o nome do secretário de Habitação, Ednaldo Lima. Corre por fora, ainda no PSB, os deputados Lucas Ramos e Gonzaga Patriota. Pelo PT, Odacy Amorim e pelo PTB o deputado Adalberto Cavalcanti.

Efeito do liseu– Dilma atrasou os recursos de todo o semestre para manter o programa Mais Educação, focado em escolas de tempo integral, em 15 Estados, o que está comprometendo a rotina escolar de milhares de alunos, obrigados a ficar fora das suas escolas. Em Aracaju, por exemplo, dos 34 colégios registrados no programa apenas 16 conseguem manter as atividades.

Dor de pai – Numa reveladora entrevista à revista IstoÉ, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, falou da maior de todas as dores: a perda de um filho. “Conversando, trabalhando ou viajando sinto dor 24 horas”, disse, para acrescentar: “A minha vida se dividiu entre antes e depois da morte de meu filho”. Alckmin perdeu Thomaz, seu filho mais velho, na queda de um helicóptero.

CURTAS

DOR DE CABEÇA– O governador começa junho com mais um abacaxi para descascar: vence o prazo dado pela Polícia Militar para apresentar uma proposta de aumento salarial. Nos quartéis, o que se diz é que está afastada a possibilidade de uma nova greve, mas pode ocorrer a chamada operação tartaruga.

ADVERSÁRIOS– Em Serra Talhada, o prefeito Luciano Duque (PT), que vai para reeleição, deve enfrentar dois adversários: o advogado Valdemar Oliveira (PR), irmão do secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, e o Doutor Fonseca (PTB), do grupo do deputado Augusto César.

Perguntar não ofende: O País chegou ao fundo do poço?

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