segunda-feira, 31 de março de 2014

O INCANSÁVEL EDUARDO CAMPOS POR MAGNO MARTINS.


Coluna da segunda-feira



Sem tempo para respirar

Entrando hoje na última semana do seu Governo, Eduardo cumpre uma agenda incansável pelo Interior. Sábado passado, foram quatro municípios.

A agenda começou às oito da manhã em Salgueiro, a 530 km do Recife, e acabou as três da madrugada na fazenda Melancia, do ex-deputado José Marcos de Lima, em São José do Egito, a 400 km da capital.

Às sete da manhã do dia seguinte já estava se deslocando para Arcoverde e Buíque, seguindo depois para Belo Jardim e, por fim, Surubim.

No roteiro, inauguração de obras, com destaque para entrega de UPAS especializadas, casas populares, estradas e assinatura de ordens de serviço para novos empreendimentos na área de infraestrutura.

Em cada cidade, articulações políticas, ternurada em aliados que reclamam de mais atenção, muita tietagem, entrevistas para mídia local e palanques para mandar a sua mensagem. Que chegam através de discursos fortes, de um lado para massificar o fim de um governo que, segundo ele, mudou a face do Estado.

De outro, de forma bem clara, apresentar o secretário da Fazenda, Paulo Câmara, como o candidato que escolheu para sucedê-lo no Palácio das Princesas.

“Se nós fizemos muito por Pernambuco, Paulo Câmara fará muito mais”, disse no discurso que proferiu em Afogados da Ingazeira.

Ali, Eduardo batizou a UPA com o nome de Dom Francisco de Mesquita e um conjunto habitacional de Dona Laura Ramos, matriarca da família Mariano. Emocionado, disse que dom Francisco operou uma Igreja que nunca se curvou aos poderosos. Atacou Dilma sugerindo que, ao contrário de Lula, seu governo está distante do povo.

Em média, o governador faz uma fala de 20 minutos com frases de efeito tão fortes que parecem ter saído do laboratório de marqueteiros.

O que mais impressiona na maratona é a tietagem. Por onde passa, Eduardo parece um pop star. Homens, mulheres e crianças o abraçam, posam para fotos e pedem até autógrafos.

Impressiona, igualmente, a sua paciência de Jó para ouvir discursos, pedidos e também cobranças, mesmo em fim de governo. Com cuidado extremo, o Eduardo candidato ao Palácio do Planalto parece incansável.

Poucos, incluindo os auxiliares mais jovens, conseguem acompanhar seu ritmo sem reclamar de tudo: das falações cansativas, de um compromisso junto ao outro e, principalmente, do calor infernal do Sertão, beirando os 40 graus.

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