O País da impunidade
Pelo que deixou a entender, o ministro Celso de Mello, que dará o voto de minerva no julgamento do mensalão, é favorável aos embargos infringentes, permitindo, assim, um novo julgamento dos 12 mensaleiros.
Diante disso, é bom não se criar nenhuma expectativa quanto a um desfecho diferente, cadeia e pena fechada para quem meteu a mão no dinheiro alheio. O voto de Celso de Mello, se confirmado, será um soco no estômago da sociedade brasileira.
Assistimos ao maior julgamento da história do País do maior escândalo de surripiamento dos cofres públicos. Com carta branca do ex-presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu comandou uma quadrilha da Casa Civil, gabinete instalado ao lado do então presidente.
Deputados não simpáticos ao Governo passaram a receber uma ajuda mensal, dinheiro subtraído de estatais e de fundos previdenciários. Roberto Jefferson, presidente do PTB, confessou que embolsou R$ 5,6 milhões para ratear com deputados trabalhistas.
Presidente do PL, Valdemar da Costa Neto disse que recebeu R$ 9,6 milhões, enquanto o publicitário Duda Mendonça engordou a sua conta bancária em R$ 9,6 milhões. A quadrilha, enfim, fez um assalto a mão armada superior a R$ 108 milhões.
Mas mesmo assim, cinco dos 10 ministros que já votaram no Supremo fecharam os olhos e, para desapontamento do povo brasileiro, querem reduzir a pena dos mensaleiros na medida em que se pronunciam a favor dos embargos infringentes. Quarta-feira da semana que vem o País deve parar para acompanhar o voto do ministro Celso de Mello, mas vai, igualmente, se frustrar. Vai se confirmar na prática que no Brasil cadeia só existe verdadeiramente para ladrão de galinha. É o País onde reina a impunidade!
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