quarta-feira, 31 de julho de 2013

O PMDB E A ARTE DE QUE "NA POLÍTICA NÃO HÁ NADA FEITO QUE NÃO POSSA SER DESFEITO E REFEITO"



VONEY MALTA 
Romper com o PMDB, fiel da balança, apesar de tudo, nas votações do Congresso, pode ser um erro, além de o partido carregar um ótimo tempo de televisão para a propaganda eleitoral gratuita

Filho do antigo MDB da época da ditadura militar – partido que abrigava boa parte dos opositores ao regime -, o PMDB de hoje está bem distante dos seus melhores momentos. Aliás, desde a redemocratização do País - lá se vão 28 anos - uma das artimanhas que o partido aprendeu e desenvolveu foi a técnica de permanecer vinculado a quem conquista à Presidência da República.

Assim foi com José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula e agora com Dilma Rousseff. Todos os presidentes governaram com o apoio do partido. Claro, sempre pegando um naco grande e importante dos principais cargos da administração.

Agora que se aproxima o fim do mandato da presidente Dilma, o PMDB – com cinco ministros, 20 senadores, 77 deputados federais, cerca de mil prefeitos, cinco governadores, além de presidir a Câmara e o Senado e ainda ter o vice-presidente da República - dá sinais de que quer continuar jogando para manter a sua influência.

O aviso de insatisfação que veio dos protestos das ruas acendeu a luz vermelha dos caciques peemedebistas. O alerta maior, entretanto, surgiu após líderes petistas terem deixado claro que precisavam dar uma guinada mais à esquerda, um retorno mais próximo das políticas defendidas lá no começo do crescimento do PT. Ou seja, ouvir as vozes dos manifestantes por todo o País.

Para muitos petistas, tem sido um inferno governar com o PMDB. A cada votação importante surge uma série de cobranças dos deputados e senadores. Por último, o líder do partido na Câmara ameaça apresentar uma PEC para limitar o número de ministérios, mesmo sabendo da posição contrária da presidente.

E no jogo de belisca daqui, aperta dali, o PMDB, aos poucos vai revelando o que deseja: A Fundação Ulysses Guimarães, presidida por Eliseu Padilha, divulgou um questionário feito com parlamentares do partido. As respostas revelam que eles querem mais espaço. Caso não consigam apontam que vão se bandear para a candidatura de Eduardo Campos, do PSB. O silêncio de lideranças como Michel Temer, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves parece trair a jogada combinada.

Romper com o PMDB, fiel da balança, apesar de tudo, nas votações do Congresso, pode ser um erro, além de o partido carregar um ótimo tempo de televisão para a propaganda eleitoral gratuita. O provável é que esse jogo de gato e rato deve permanecer até 2014.

Esse é o jogo do PMDB e dos seus líderes, embora, na política não há nada feito que não possa ser desfeito e refeito.
DO PORTAL BRASIL 247

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