domingo, 31 de março de 2013

DUELO DE POLOS GASTRONÔMICOS NO RECIFE

DO PORTAL PERNAMBUCO.COM

Um passeio pela Rua da Hora, na Zona Norte, e Capitão Rebelinho, na Zona Sul, duas importantes vias da capital, quando o assunto é comer e beber


Guilherme Carréra



Come-se (e bebe-se) muito bem em Pernambuco. O clichê é verdadeiro, se depender da quantidade de redutos de comes e bebes que se multiplicam no Recife. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PE), a capital do estado é o maior polo gastronômico do Norte/Nordeste, contabilizando mais de seis mil estabelecimentos formais na Região Metropolitana. De olho na Copa do Mundo de 2014, a previsão é de que esse número cresça 10% a cada ano.

Rua da Hora, na Zona Norte, e Rua Capitão Rebelinho, na Zona Sul, atraem o público que gosta de comer e beber bem. Foto: Google Maps/Reprodução
Rua da Hora, na Zona Norte, e Rua Capitão Rebelinho, na Zona Sul, atraem o público que gosta de comer e beber bem. Foto: Google Maps/Reprodução


Na Zona Norte e na Zona Sul, duas importantes vias encabeçam a lista de maior concentração de estabelecimentos por metro quadrado. No bairro do Espinheiro, a Rua da Hora se alastra por 1 km. Medição idêntica a da Rua Capitão Rebelinho, se considerarmos o início da Rua Amazonas, sua continuação, como ponto final. Em ambas, a oferta é plural: de self-service a botequim, de alta gastronomia a fast food.

Andando apressado, o passante talvez não se dê conta: são 23 estabelecimentos espalhados na movimentada rua da Zona Norte. Considerando seu começo a esquina com a Avenida João de Barros, o Empório Sertanejo (fone: (81) 3083-2739), em funcionamento desde o dia 21 de março de 1993, é seu pontapé inicial. São 20 anos, abrindo de terça-feira a sábado, a partir das 10h da manhã, e fechando quando o último cliente pede a conta. “Tem dias que 5h da manhã parece um happy hour. O pessoal vem pra fechar a noite”, conta Maciel Tenório, gerente. Notívagos são mais do que bem-vindos.

Empório Sertanejo inicia os trabalhos às 10h da manhã, de terça-feira a sábado. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
Empório Sertanejo inicia os trabalhos às 10h da manhã, de terça-feira a sábado. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press


O bar é considerado o melhor fim de noite da Zona Norte do Recife. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
O bar é considerado o melhor fim de noite da Zona Norte do Recife. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

No meio do caminho, o self-service Amarello Manga (fone: (81) 3426-5751) convida executivos e familiares que moram no entorno para um almoço a quilo por R$ 29,90, sempre das 11h às 15h, menos aos sábados, dia de descanso na cozinha. A Açúcar e Afeto (fone: (81) 3032-5697), loja que faz as vezes de galeria de arte, também é ponto de encontro para uma café no fim da tarde. Pães e bolos caseiros são o diferencial, de segunda-feira a sábado, a partir das 9h. Do outro lado da rua, é o fast food Subway (fone: (81) 3048-6625) que atrai aqueles em busca de um sanduíche de 15 ou 30 cm. A franquia da Rua da Hora abriu em 2011, sendo uma dos poucos que possuem estacionamento privativo.

O rei do sushi

O queridinho do Espinheiro não possui uma, mas duas sedes. Especializado em cozinha japonesa, o Zen (fone: (81) 3427-3377/3426-9565) é referência em rodízio de sushi no Recife. No Facebook, sua fan page já soma mais de 25 mil fãs. Na porta do restaurante, muitos deles se aglomeram em busca de uma mesa. “À noite, recebemos cerca de 400 pessoas. O movimento não para”, diz André Baracho, gerente. Inaugurado no ano 2000, o oriental viu a necessidade de dobrar de tamanho, abrindo uma segunda sede, em frente à original, há três anos. Agora são 240 assentos, 20 garçons e quatro maîtres. E a aglomeração segue firme e forte. Almoço a R$ 31,90 (segunda a sexta-feira) e a R$ 33,90 (sábado, domingo e feriado). Jantar, R$ 35,90.

Zen ganhou uma segunda sede, também na Rua da Hora, devido ao grande número de clientes por dia. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
Zen ganhou uma segunda sede, também na Rua da Hora, devido ao grande número de clientes por dia. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press


Restaurante Zen é um dos mais frequentados da Rua da Hora. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
Restaurante Zen é um dos mais frequentados da Rua da Hora. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press


Cortada por outras ruas importantes, como a Quarenta e Oito, a Barão de Itamaracá e a Santo Elias, todas elas também com opções de restaurantes, a Rua da Hora encontra espaço, ainda, para estabelecimentos de menor porte, como o
Aroma Regional (fone: (81) 3040-2465) e o A Coberta (fone: (81) 3221-3823), e para bares consagrados, como o Entre Amigos (fone: (81) 3222-6705) e o Camarada Camarão (fone: (81) 3034-0827). Sem esquecer, no entanto, a alta gastronomia. Nesse quesito, seu representante maior é o peruano Chiwake (fone: (81) 3423-1529).

Comandado pelo chef e proprietário Biba Fernandes, em parceria com a esposa Manuela Lisboa, a casa é a única na cidade que bebe diretamente na fonte da cultura do Peru. Os dois vão, pelo menos, duas vezes por ano ao país, a fim de descobrir novas referências. “A gente traz muita coisa de viagem pra decorar o ambiente também. Quadros, santos, jogos americanos...”. Na mesa, o ceviche, clássico peruano, conquista o cliente pelo estômago. Entradas para dois, custando, em média, R$ 42. Aberto todos os dias em horários que você confere no site oficial do Chiwake.

Aquário verde do Chiwake chama a atenção de quem passa pela Rua da Hora. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
Aquário verde do Chiwake chama a atenção de quem passa pela Rua da Hora. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press


Chiwake é o único peruano do Recife. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
Chiwake é o único peruano do Recife. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

Perto da praia

Do outro lado da cidade, paralela à Avenida Boa Viagem, beira-mar do Recife, a Capitão Rebelinho assume a liderança no eixo sul. Em seu um quilômetro de extensão, esticando até a Rua Amazonas, são onze bares e restaurantes disponíveis. Um número menor do que o da Rua da Hora, mas expressivo se considerarmos o requinte dos estabelecimentos. Juntos a outros restaurantes do entorno, criaram, inclusive, uma página na internet, nomeada Alameda Rebelinho.

Logo no primeiro trecho da via, o Guadalupe (fone: (81) 3049-3030) recepciona quem curte misturar nachos e tequila. De perfume mexicano, o bar e restaurante abriu as portas há um ano. E se consolidou. O projeto é de Humberto Zirpoli, com intervenção artística em forma de painel do designer Pedro M. Tem também jardineira nas janelas, uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe e luminárias coloridas compondo o ambiente. “Abrimos de terça a domingo, sempre a partir das 18h”, informa Herbert Teixeira, gerente. Normalmente, a casa vai até 00h, mas sexta e sábado sempre estica até as 2h.

Guadalupe é o representante mexicano da Rua Capitão Rebelinho. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Guadalupe é o representante mexicano da Rua Capitão Rebelinho. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press


Área interna do Guadalupe traz painel do designer Pedro M. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Área interna do Guadalupe traz painel do designer Pedro M. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

A diversidade da Capitão Rebelinho também põe lado a lado o Sabor Divino (fone: (81) 3327-8973), que há 30 anos deixa o cliente fazer um prato sem balança por R$ 10; o The Gentleman Loser Pub (fone: (81) 3125-4533), bar de pegada londrina em pleno calor recifense; o Empório Vegetal (fone: (81) 3224-2941/3325-3463), point natureba que anuncia, logo na entrada, alimentos sem aditivos químicos e gorduras saturadas; e o Fiteiro (fone: (81) 3032-6643), autêntico boteco pernambucano, com dizeres e ditados populares distribuídos nas paredes.

Modernidade no Pina

E tem novidade na área. O Hot Spot (fone: (81) 3034-1284), do empresário e chef de cozinha Armando Pugliesi, passou quatro meses em reforma, mas desde o fim de fevereiro aterrissou no número 478 da Capitão Rebelinho. “Queria que fosse um local moderno, descolado, despretensioso”, explica Pugliesi, responsável também pela trilha sonora da casa. “Depois que fiz a pré-seleção de algumas músicas, estou chamando DJs amigos pra trabalhar em cima do material”. Vale conferir.

Fachada do recém-inaugurado Hot Spot. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Fachada do recém-inaugurado Hot Spot. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

Projeto de arquitetura do Hot Spot é de Diogo Viana. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Projeto de arquitetura do Hot Spot é de Diogo Viana. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

Parte desse clima cool do restaurante para 48 pessoas se deve ao projeto de arquitetura de Diogo Viana. “Me inspirei nos modernos de Nova York. Trabalhei com base de concreto, sofás retrô de capitonê, cadeiras de revestimento dourado, iluminação cênica...”. O resultado pode ser conferido terça, quarta e sábado, a partir das 19h, e quinta e sexta-feira, a partir das 18h. O cliente tem, ainda, a chance de escolher a proteína e os acompanhamentos do prato principal, selecionados previamente pelo chef. Estratégia que vem dando certo. Pratos variando entre R$ 35 e R$ 50.

No rol da sofisticação, preenchido pelo italiano Pomodoro Café (fone: (81) 3326-6023), o português Filipe (fone: (81) 3033-2225), o francês Ça Va (fone: (81) 3034-0008) e o clássico Mingus (fone: (81) 3327-6767), fechamos o passeio no bistrô Nez (fone: (81) 3032-0848), já tradicional na Praça de Casa Forte, e que veio para perto da praia no finzinho de 2011. Agradou o público da Zona Sul com uma proposta mais descontraída do que a da sede da Zona Norte. “Convidamos um designer pra ilustrar as paredes da casa pra garantir um ar mais jovial”, explica Mônica Tenório, proprietária. O designer em questão é o mesmo Pedro M, responsável pelo painel do Guadalupe, mexicano e colorido, lá no começo da rua.

O bistrô Nez fecha o circuito da Capitão Rebelinho. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
O bistrô Nez fecha o circuito da Capitão Rebelinho. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

Wine bar com intervenção do designer Pedro M, o mesmo que coloriu as paredes do Guadalupe, também na Capitão Rebelinho. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Wine bar com intervenção do designer Pedro M, o mesmo que coloriu as paredes do Guadalupe, também na Capitão Rebelinho. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press.

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