Taques e voto secreto: ‘Tenho medo de me trair’
Nem sempre é fácil identificar um silvério na eleição para a presidência do Senado. Escondidos atrás do voto secreto, há senadores que procuram não parecer o que são. Porque os outros podem não ser o que parecem. Ou pior: podem ser e parecer.
Senador de primeiro mandato, o desafiante Pedro Taques (PDT-MT) enfrenta o veterano Renan Calheiros (PMDB-AL) com um criatório de pulgas atrás da orelha. Espanta-se com o vaivém de opiniões e de prognósticos. “Às vezes receio não ter nenhum voto”, diz Taques, entre risos. “Tenho medo de me trair.”
Nesta quinta, véspera da disputa, o azarão reúne-se com seu grupo. O encontro ocorrerá no gabinete de Jarbas Vasconcelos (PE), dissidente do PMDB. Presente, Randolfe Rodrigues, o candidato do PSOL, será instado a retirar-se da pista em favor de Taques, mais bem posto na disputa.
Dissidentes, independentes e oposicionistas contam com o desprendimento de Randolfe. Não que isso vá fazer muita diferença. Apenas avalia-se que, acomodados num cesto único, os poucos votos anti-Renan farão mais vista.
Sabe-se que Taques vai ao octógono do Senado para perder. A anticandidatura destina-se a “marcar posição”, como costumam dizer os derrotados de véspera. Tenta-se agora evitar que Renam prevaleça com um mata-leão.
Quanto mais votos o desafiante tiver, maior o constrangimento imposto ao favorito. Nas contas mais otimistas, Taques aparece com algo entre 20 e 25 votos. Nas mais pessimistas, não passa de 15. Quer dizer: em qualquer hipótese, o pedaço do Senado que se diz preocupado com a ética caberá numa pequena van.
Os votos dissimulados precisam se cuidar. O colegiado é pequeno: apenas 81 cabeças. Com duas candidaturas, se uma delas arrastar votação demasiado mixuruca, ficará muito fácil identificar os traidores da tropa. Cavalo de Tróia, como se sabe, não galopa.
- Ilustração via Miran Cartum.
Nem sempre é fácil identificar um silvério na eleição para a presidência do Senado. Escondidos atrás do voto secreto, há senadores que procuram não parecer o que são. Porque os outros podem não ser o que parecem. Ou pior: podem ser e parecer.
Senador de primeiro mandato, o desafiante Pedro Taques (PDT-MT) enfrenta o veterano Renan Calheiros (PMDB-AL) com um criatório de pulgas atrás da orelha. Espanta-se com o vaivém de opiniões e de prognósticos. “Às vezes receio não ter nenhum voto”, diz Taques, entre risos. “Tenho medo de me trair.”
Nesta quinta, véspera da disputa, o azarão reúne-se com seu grupo. O encontro ocorrerá no gabinete de Jarbas Vasconcelos (PE), dissidente do PMDB. Presente, Randolfe Rodrigues, o candidato do PSOL, será instado a retirar-se da pista em favor de Taques, mais bem posto na disputa.
Dissidentes, independentes e oposicionistas contam com o desprendimento de Randolfe. Não que isso vá fazer muita diferença. Apenas avalia-se que, acomodados num cesto único, os poucos votos anti-Renan farão mais vista.
Sabe-se que Taques vai ao octógono do Senado para perder. A anticandidatura destina-se a “marcar posição”, como costumam dizer os derrotados de véspera. Tenta-se agora evitar que Renam prevaleça com um mata-leão.
Quanto mais votos o desafiante tiver, maior o constrangimento imposto ao favorito. Nas contas mais otimistas, Taques aparece com algo entre 20 e 25 votos. Nas mais pessimistas, não passa de 15. Quer dizer: em qualquer hipótese, o pedaço do Senado que se diz preocupado com a ética caberá numa pequena van.
Os votos dissimulados precisam se cuidar. O colegiado é pequeno: apenas 81 cabeças. Com duas candidaturas, se uma delas arrastar votação demasiado mixuruca, ficará muito fácil identificar os traidores da tropa. Cavalo de Tróia, como se sabe, não galopa.
- Ilustração via Miran Cartum.
Do blog do Josias de Souza.
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