Coluna Fogo Cruzado – 26 de junho – Folha de Pernambuco
No espaço de apenas 15 dias, a política pernambucana virou pelo
avesso. Quem imaginaria, por exemplo, que no período de duas semanas
ocorreria essa sucessão de fatos que irá mexer não apenas com a política
local, mas também nacional: o afastamento do governador Eduardo Campos
do ex-presidente Lula e sua reaproximação política e pessoal com o
senador Jarbas Vasconcelos, que vive isolado no PMDB e é um dos maiores
críticos do PT e da presidente Dilma Rousseff?
Tudo começou com a decisão do deputado João Paulo de não apoiar a
reeleição do prefeito João da Costa, embora sejam do mesmo partido. A
disposição inicial do governador era apoiar o candidato do PT à
prefeitura da capital, qualquer que fosse ele, em nome de sua relação
pessoal e política com Lula e a presidente Dilma Rousseff. No entanto,
como o PT não se reunificou em torno da candidatura de Humberto Costa,
ele usou isto como pretexto e lançou Geraldo Júlio pelo PSB.
A candidatura do ex-secretário isolou o PT, agora obrigado a lançar
uma chapa “puro sangue” por não ter conseguido celebrar nenhuma aliança.
Esse fato por si só já é relevante porque teremos no Recife Eduardo
Campos num palanque e o ex-presidente Lula noutro. Como corolário, o
senador Jarbas Vasconcelos decidiu apoiar Geraldo Júlio, isolando na
oposição o deputado Mendonça Filho, que foi seu vice-governador e com
quem tinha uma aliança que parecia inquebrantável.
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