sábado, 12 de maio de 2012

A PALAVRA DO BISPO - CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II



Cinquenta anos atrás, a Igreja Católica realizava um evento que a levaria a profundas transformações e seria símbolo de mudanças radicais, pelas quais iriam passar as grandes instituições mundiais.

Trata-se do Concílio Ecumênico Vaticano II. Ele foi aberto oficialmente no dia 11 de outubro de 1962, e iria se prolongar por quatro anos. Tempo amplo, e até arriscado, durante o qual a própria Igreja tomou a iniciativa de se submeter a uma rigorosa análise de sua caminhada histórica, com a intenção de se atualizar, para assim corresponder melhor à sua missão, e se habilitar ao diálogo com o mundo de hoje.

Esta, em poucas palavras, a ingente tarefa que o Papa João XXIII colocou como motivação para convocar esta assembléia eclesial extraordinária, que leva o nome histórico de “Concílio Ecumênico”.

Pois bem, depois de 50 anos, quando o calendário nos instiga a celebrar este evento de maneira “jubilar”, somos instados a recordar os fatos, medir seu alcance, e nos interrogar a respeito dos seus desdobramentos atuais.

O Papa Bento XVI, numa carta que escreveu no mês de março aos Bispos da França, afirmou: “O Concílio Vaticano II foi e permanece em autentico sinal de Deus para o nosso tempo e se nós soubermos interpretá-lo em comunhão com a tradição da Igreja e sob a orientação verdadeira do Magistério, poderá se tornar cada vez mais uma grande força para o futuro da Igreja”.

Na última Assembleia da CNBB, também a nossa Igreja começou uma reflexão sobre este evento a fim de colher os frutos para uma nova evangelização nas nossas Dioceses.

O Concílio foi lançado no final da década de 50, pelo anuncio feito por João XXIII no dia 25 de janeiro de 1959. Eram os tempos dos primeiros passos na aventura espacial, que foi pensada para chegar à lua e a outros astros, mas que acabou trazendo tantas inovações em nosso planeta, sobretudo nas possibilidades de comunicação, que agora estão sendo integradas no cotidiano de nossas vidas.

Quando se consegue trazer de volta à memória um vasto processo, como foi o Concílio Vaticano II, podemos dispor de referências que apontam para várias direções.

É o que promete esta celebração do Jubileu do Concílio. Servirá não só para discernir o que se passa hoje na Igreja, mas também ajudará a entender o que se passa hoje no mundo.

Afinal, o Concílio teve o mérito de tornar a iniciativa de renovação eclesial, antes que ela fosse imposta de fora pela dinâmica da história. Assim agora o seu jubileu nos oferece referências muito úteis para entender o rumo que a realidade vai tomando.

De vez em quando uma olhada providencial no retrovisor ajuda a perceber as curvas da estrada. Assim a recordação do Concílio. Ajuda a entender o caminho andado, e perceber as advertências do trânsito. Pois a história continua dinâmica, e não é o caso de pedir que pare para reencontrar o seu rumo. Precisamos intervir, enquanto o carro vai andando. Ou na comparação preferida por Jesus, enquanto o barco vai sendo sacudido pelas ondas!
 
Por Jornal de Caruaru

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