quinta-feira, 29 de março de 2012

O PERIGO DO DESCONHECIDO



O perigo do desconhecido

Fot- Google Imagem




Em política nem tudo que parece é, nem nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que se diz é verdade, nem tudo que se pensa é revelado publicamente e por aí vai.


Não fosse a dissimulação a principal característica da atividade, os eleitores ficariam sabendo bem depressa que, quando dois políticos adversários começam a se aproximar, não dá outra: eles vão se entender para traçar um mirabolante plano capaz de derrotar um inimigo comum que atrapalha os dois. Ou porque cresceu demais e ameaça ocupar o espaço deles ou porque já passou tempo demais no poder e tenta se perpetuar no comando.


Por isso não é difícil entender essa reaproximação entre o governador Eduardo Campos (PSB) e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que de inimigos ferrenhos até um dia desses, agora estão cheios de salamaleques um com o outro, ambos posando de políticos generosos que em nome de Pernambuco precisam ficar juntos.


Pela experiência dos dois, não é nada disso. O que eles pensam e não dizem é que chegou a hora de desbancar o PT da Prefeitura do Recife, a menina dos olhos do partido da estrela, que está no governo municipal há quase 12 anos.


Como Eduardo Campos não bate prego sem estopa e Jarbas Vasconcelos está acostumado a se unir a adversários para garantir seus interesses, os dois foram feitos um para o outro nesta empreitada de detonar o PT na eleição de outubro. De preferência sem deixar vestígios.


Fácil não é, claro, porque além do prefeito João da Costa (PT) tem uma fila de petistas querendo disputar a Prefeitura do Recife. Até Maurício Rands, deputado federal licenciado, atual secretário de Governo de Eduardo Campos, caiu de paraquedas nessa lenga-lenga em que se transformou a sucessão municipal.


Será mesmo que Eduardo e Jarbas vão abençoar Rands e deixar o governo da capital pernambucana, de novo, nas mãos do PT? Ou essa exposição exagerada do deputado, de uma hora para outra, não será para dar um tempo ao governador e ao senador até que eles encontrem o momento certo para lançar outro candidato, do PSB aliado com o PMDB, como se fosse a coisa mais natural do mundo?


A conferir, mas sem ficar imaginando quando isso pode acontecer porque o tempo em política também é diferente. Aí não adianta analisar data de convenção, prazo de prévias, acertos de alianças ou outras coisas previsíveis. Ou a política seria muito fácil de ser decifrada. 
Por Divane Carvalho

Nenhum comentário:

Postar um comentário