Coluna da sexta-feira
Não ao partido único
O encontro do governador Eduardo Campos (PSB) com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) gerou múltiplas e picantes interpretações. O que mais me chamou atenção é que a suposta reaproximação se dá na hora errada, em ano eleitoral com um agravante: serviu apenas para fragilizar ainda mais a oposição, já capenga.
Pela sua história e por ser a mais forte liderança no campo que se opõe ao Governo, Jarbas jogou uma ducha fria naqueles que esperavam dele uma postura mais firme, de combate e resistência ao modelo socialista nas eleições municipais.
Pelo impacto das imagens do encontro e pela forma como Jarbas elogiou Eduardo uma semana antes, numa entrevista ao portal UOL, da Folha de São Paulo, alguns apressadinhos chegaram a inferir que o último dos moicanos havia sido vencido.
Espero que não e que a mão estendida do senador possa ter sido apenas um gesto de civilidade, no qual o que esteve em jogo foram os interesses do Estado. Eduardo governa sem oposição.
Numa eventual “aliança branca” com Jarbas terá, finalmente, conseguido o que vinha perseguindo desde que foi reeleito: instalar a república socialista no Estado, ou o partido único, com mão de ferro. O equilíbrio de poder é imprescindível para a democracia, porque protege a sociedade e representa uma barreira intransponível para uma ditadura.
Ninguém sabe mais disso do que o senador peemedebista, que combateu o regime dos anos de chumbo.
Por Magno Martins
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