Poema que retrata Marcondes Moreno e o teatro.
Clécio Dias
O teatro não era nem nascido
quando um rapaz já fazia teatro
e no teatro jamais esquecido...
O teatro que só foi construído
anos após as peças teatrais...
Num dia estranho, muito dolorido
seu irmão de teatro comovido
tomou-lhe as mãos pensando que jamais
iria vê-lo assim e nunca mais
teria seu irmão noutro teatro
Mas o teatro teve que chorar
e em silêncio teve que lembrar
e despedir-se do seu grande artista...
A peça teatral mais dolorosa
o grande personagem repousou
no palco onde sorriu, onde encenou
sua última peça: A Despedida!
No entanto a morte era coadjuvante
não conseguiu encabeçar a cena
e perto do Moreno era pequena
no palco, a morte era insignificante
Seu irmão Mássio perante o caixão
pranteou enlutado: "Meu irmão
por que você se foi? Por quê? Por quê?
Como a gente gostava de você..."
e o teatro chorou como o irmão!
Seu corpo adormecido era um ator
que embora não quisesse em meio a dor
foi se afastando num adeus profundo
num roteiro que só se despedia...
Seguia pro velório, e quando ia...
o teatro chorava por Marcondes!!!
Poema de Clécio Dias.
Foto: Jairo Gomes.
Detalhe da foto: Mássio Silva, irmão de Marcondes Moreno, despede-se emocionado sobre o caixão.
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