Do Blog de Magno Martins.
- Por Magno Martins
- - Edição de Juliana Albuquerque
Desde ontem, com o vai e vem de deputados subindo e descendo as escadarias do Palácio das Princesas, ficou mais do que evidente que a governadora Raquel Lyra (PSDB) resolveu assumir um candidato na eleição interna da Assembleia Legislativa para escolha do conselheiro do Tribunal de Contas a ocupar a vaga aberta pela aposentadoria antecipada de Tereza Dueire.
O candidato oficial do Governo atende pelo nome de Joaquim Lira. Filiado ao PV, que integra a federação com o PT e PCdoB, se vier a ser eleito, o que a esta altura representaria um “milagre”, diante do favoritismo de Rodrigo Novaes, o candidato da Casa, e o crescimento de Kaio Maniçoba, que já parte com os oito votos da bancada do PP, o seu partido, Lira abriria vaga para ser efetivado como deputado o petista Odacy Amorim.
“Até nisso, a governadora é desastrosa”, disse um parlamentar, acrescentando que se ela fosse inteligente, o melhor confronto com Rodrigo seria se abraçar com a candidatura de Kaio, que abriria vaga para uma suplente da base, no caso Roberta Arraes, do PP, partido alinhado ao Palácio. Para os deputados que não aceitam interferência do Governo, a eleição de Rodrigo representa o mesmo sentimento do pleito de Álvaro Porto para presidente, ou seja, o candidato da corporação, genuinamente com o DNA da Casa.
Diante da decisão da governadora, de usar, descaradamente, o recurso do rolo compressor para não sair derrotada, deputados e a mídia passaram a concentrar os olhos no Diário Oficial. É pelas canetadas da tucanada em atos oficiais que a oposição constata se de fato a máquina está sendo usada e quais os deputados que passaram a ser içados pelo anzol palaciano nada republicano.
Nos bastidores da Assembleia, já se espalhou que Joaquim Lira é o candidato in pectore da governadora, pecha que pode ser fatal para ele, diante do desgaste de Raquel entre os parlamentares, especialmente por não ter gestos e não cumprir com o que promete em audiências com os deputados da base em Palácio. Na realidade, Lira é o candidato mais fraco, uma aposta atabalhoada da governadora.
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