Do facebook de :
O
ano é 1965. Um menino sai da sua casa, na esquina da Rua do Pátio com o
Beco do Padre e se dirige ao Rio Capibaribe, por trás do armazém de
Pedro Neves. Outros o acompanham e eles seguem em direção à areia do
rio...
Às
vezes, a bola caía nas cacimbas rasas perto do campo de futebol
improvisado não longe do Cacimbão do Rio. Os meninos correm atrás da
bola, mas um deles se diferencia pela habilidade com ela: no meio das
cacimbas e da areia do rio mina o futebol de Domir.
À noite,
eles saem da areia e vão jogar na terra da Rua do Pátio. Domir não tem
mais que 10 anos de idade, mas o Ypiranga já começa a percebê-lo. Seu
corpo pequeno e franzino ainda não tem condições de jogar no time da
cidade, mas não vai demorar para seu futebol brilhar entre as paredes
baixas que arrodeiam o campo...
Quando
tem 15 anos, em 1970, ele aparece no meio dos melhores jogadores da
época. Todos ficam de boca aberta com seu futebol. Seu pai, o então
vereador Zé Dedêlo, vibra na beira do campo e comemora cada lance bonito
de Dormir, até sua mãe, Doralice, fazia questão de vê-lo jogar!
Logo
cedo, é levado para Caruaru. O Sport dali, que depois passou a ser
chamado de Porto, carrega Domir para a Capital do Forró. Pouco depois, a
Patativa do Agreste o contrata. Jogando no Lacerdão, faltando 20
minutos para o jogo terminar, ele deixou sua marca: entrou no gramado e
fez o 1° gol da história do Central em Campeonato Brasileiro.
Um
ano depois, foi vendido pelo Central de Caruaru ao Alecrim de Natal.
Ironicamente, num jogo entre esses dois times, Domir fraturou a perna,
em 1981, aos 26 anos de idade, teve que abandonar o futebol. Três anos
depois, voltou a vestir a camisa alviazulina e da seleção de Santa Cruz,
tendo sido com esta três vezes campeão da Copa do Interior. Mas foi no
Ypiranga, onde tudo começou, que ele jogou pela última vez, em 1994,
quando encerrou sua carreira.
Quem
teve o privilégio de vê-lo jogar, pôde contemplar toda sua habilidade
em campo, sobretudo na meia-direita, onde atuou por mais tempo, mas ele
era volante, centroavante, ponta-direita... Dizem que é o "Rei do
Ypiranga" e está entre os craques que mais fizeram gols com a camisa
alviazulina...
Desde
os jogos de pelada da década de 60, na areia do rio e na terra da rua
da sua casa, passando pelos times profissionais nordestinos, e depois
que se recuperou da lesão, atuando no Ypiranga e na Seleção desta
cidade, seus contemporâneos e até os futebolistas que jogaram antes e
depois dele, os torcedores mais fiéis (antigos e recentes), bem como os
comentaristas de futebol daqui que o viram jogar, consideram "Dormir de
Zé Dedêlo" o maior e melhor jogador de futebol da história de Santa Cruz
do Capibaribe, de todos os tempos!
Texto de Clécio Dias.
Valdemir Silvestre da Silva (Domir), nascido em 20 de outubro de 1954, na Rua do Pátio nesta cidade.
MEU COMENTÁRIO:
Fui contemporâneo de Domir, sou testemunha de tudo que é dito no texto acima, sobre o grande Valdemir Silvestre. Joguei muitas vezes contra ele, nos campeonatos de futebol de salão, que promovemos na quadra da AABB, onde fui diretor, nos tempos que trabalhei no Banco do Brasil de nossa querida Santa Cruz do Capibaribe. Posso afirmar com convicção que Domir foi o melhor jogador de futebol da nossa região, que eu vi jogar. Sem dúvida o maior craque do nosso futebol.
Muito bom ler essa matéria, feita pelo craque das letras, de Santa Cruz do Capibaribe Clecio Dias.
Jânio Arruda da Silva.
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