Eu escrevi seu nome no papel, trouxe sua história para a ponta da caneta e que sorte eu tive em poder escrever um pouco sobre você nas manhãs de setembro...
Era seu aniversário e meu coração sentia que era o último, então eu tinha que escrever. As palavras foram chegando e eu pude contar desde o início, alguém tinha que contar um pouco...
Contei sobre sua infância na Paquevira, seus velhos pais, sua primeira viola, sua ida e sua volta de São Paulo. Trouxe alguns versos seus, relatei alguns fatos e li, li intensamente naquele 21 de setembro...
Eu transmiti a mensagem de que sua história não iria se apagar, eu sabia um pouco e sempre iria lembrá-lo. Lembro da sua fisionomia enquanto eu lia sua narrativa escrita por mim...
Eu me despedi dentro do texto e li sem chorar. Tive a sensação de que disse o que queria dizer há tanto tempo e dali em diante ele poderia ir em paz e eu também em paz ficar...
Escrevi o texto nas manhãs de setembro de 2021 e quando li no dia 21 me aliviei porque dentro das minhas palavras eu disse de forma indireta, mas clara: eu tenho orgulho do pai que tenho...
Em junho de 2022 (mês do meu aniversário), eu o vi pela última vez sendo levado numa maca, senti em mim que o texto de setembro tinha lhe dito que eu iria ficar por aqui contando sua história...
A maca desapareceu no corredor do hospital e eu pude chorar pela última vez, mas certo de que disse em vida: como eu tive orgulho do pai que tenho e como tenho orgulho do pai que tive...
Texto de Clécio Dias.
Segue abaixo o link da história de Amaro Dias escrita por mim em 21 de setembro de 2021:
Nenhum comentário:
Postar um comentário