quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Fragmentos da Bela História do Poeta Amaro Dias

 

 
Eu escrevi seu nome no papel, trouxe sua história para a ponta da caneta e que sorte eu tive em poder escrever um pouco sobre você nas manhãs de setembro...
Era seu aniversário e meu coração sentia que era o último, então eu tinha que escrever. As palavras foram chegando e eu pude contar desde o início, alguém tinha que contar um pouco...
Eu tinha a responsabilidade de escrever como nunca, porque não teria outro aniversário seu depois daquele 21 de setembro eu não teria outra chance...
Contei sobre sua infância na Paquevira, seus velhos pais, sua primeira viola, sua ida e sua volta de São Paulo. Trouxe alguns versos seus, relatei alguns fatos e li, li intensamente naquele 21 de setembro...
Eu transmiti a mensagem de que sua história não iria se apagar, eu sabia um pouco e sempre iria lembrá-lo. Lembro da sua fisionomia enquanto eu lia sua narrativa escrita por mim...
Eu me despedi dentro do texto e li sem chorar. Tive a sensação de que disse o que queria dizer há tanto tempo e dali em diante ele poderia ir em paz e eu também em paz ficar...
Escrevi o texto nas manhãs de setembro de 2021 e quando li no dia 21 me aliviei porque dentro das minhas palavras eu disse de forma indireta, mas clara: eu tenho orgulho do pai que tenho...
Em junho de 2022 (mês do meu aniversário), eu o vi pela última vez sendo levado numa maca, senti em mim que o texto de setembro tinha lhe dito que eu iria ficar por aqui contando sua história...
A maca desapareceu no corredor do hospital e eu pude chorar pela última vez, mas certo de que disse em vida: como eu tive orgulho do pai que tenho e como tenho orgulho do pai que tive...
Texto de Clécio Dias.
Segue abaixo o link da história de Amaro Dias escrita por mim em 21 de setembro de 2021:

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