segunda-feira, 26 de junho de 2017

Temer reúne núcleo duro e se prepara para denúncia de Janot



por Sérgio Montenegro


De volta ao Brasil, Temer convocou aliados para analisar cenários pós-denúncia da PGR, que pode chegar no início da semana (Foto: Arquivo/BlogDP)

A expectativa da semana que começa gira em torno da apresentação da denúncia-crime pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB) ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo crime de corrupção passiva, além de obstrução da Justiça, com base nas delações de executivos da empresa JBS. Janot tem prazo até terça-feira (27) para oferecer a denúncia, mas há chances de encaminhá-la ainda na segunda-feira (26). Se acatar a denúncia, o STF precisa de autorização da Câmara dos Deputados para processar o presidente. É nessa esfera que Temer e seus aliados pretendem deter a investida do procurador-geral.



Diante dessa possibilidade, o presidente convocou ministros e líderes do governo para uma reunião informal no Palácio da Alvorada no começo da noite deste domingo (25). A reunião do chamado núcleo duro do governo deve reunir, entre outros aliados, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e dos líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congresso, André Moura (PSC-SE).

A investigação da Polícia Federal nesse inquérito ainda está em andamento. Por isso, é possível que outras denúncias sejam acrescentadas posteriormente ao processo. Temer retornou ontem de viagem ao exterior e hoje cedo esteve reunido com a ministra da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, e com Moreira Franco.

Além de Temer, o inquérito inclui o ex-assessor do presidente e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado com uma mala com R$ 500 mil que, segundo o Ministério Público, seria propina paga pela JBS em troca de benesses do governo. A PF acredita ter comprovado o envolvimento do presidente na conversa gravada em março, pelo empresário Joesley Batista, na qual ele indica Rocha Loures como “homem de confiança” para tratar das questões da JBS.

A defesa do presidente alega que ele teria se limitado a “simplesmente ouvir” as demandas e reclamações de Joesley, mas sem agir para ajudá-lo. Ele também negou as demais acusações dos delatores e garantiu que não renunciará ao mandato.

*Com agências

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