sábado, 16 de julho de 2016

Da Coluna de Magno Martins


Postado por Magno Martins

Lamentalvemente, sempre a França!

O mundo inteiro está consternado com o terrível ato terrorista que ocorreu em Nice, na França, resultado na morte de mais de 80 pessoas. Mas por que novamente a França? Um estudo da Brookings Institution revela que os países de língua francesa são os maiores focos do terror islâmico na Europa e se tornaram seus maiores alvos. “O fator capaz de prever melhor a radicalização não é a riqueza de um país, a educação de seus cidadãos, saúde, nem mesmo acesso à internet”, escreveram os pesquisadores William McCants e Christopher Messerole.

Tanto França quanto Bélgica oferece o caldo de cultura ideal para a fermentação do terror islâmico. Altos índices de desemprego na juventude, periferias pobres com grandes populações muçulmanas, militância da variante salafista que propaga a versão violenta do Islã estão presentes em várias cidades. Sobretudo Paris e Bruxelas, mas também cidades no Sul da França, região de forte comunidade árabe, caso de Marselha (onde praticamente metade da população é muçulmana) ou Nice, alvo do ataque.

A data escolhida, 14 de Julho, também não é casual. Com a tomada da Bastilha, a Revolução Francesa estabeleceu pela primeira vez na Europa um governo laico, com separação completa entre religião e Estado. Sob o manto dos ideais iluministas de “igualdade, liberdade e fraternidade”, a França implantou desde então, em todos os países sob sua esfera de influência, uma prática que se tornou central na cultura francófona, uma versão do secularismo conhecida em francês como laïcité, ou “laicidade”.

É com base nesse conceito que a Suprema Corte francesa julga inconstitucional que alunos frequentem as escolas públicas trajando símbolos religiosos, como o véu portado pelas muçulmanas. Não há esse tipo de restrição em outros países europeus com expressivas comunidades islâmicas, como o Reino Unido. O tema gera uma reação intensa na população muçulmana francesa, que supera os cinco milhões.

A liberdade de expressão é protegida de modo também singular pela Constituição francesa, que garante o direito à blasfêmia e ao ataque a símbolos religiosos, na forma como praticado pelos cartunistas do jornal satírico Charlie Hébdo, alvo de ataque em janeiro de 2015. Muçulmanos franceses costumam ver essa proteção como inaceitável.

Um embate cultural dessa natureza não torna ninguém necessariamente terrorista. Mas ajuda a explicar por que o jihadismo encontra terreno fértil na população islâmica de fala francesa. O Islã tem uma relação distinta com a política das demais religiões, como argumenta o pesquisador Shadi Hamid, da Brookings Institution, em seu livro Islamic Exceptionalism. Ao contrário de outras fés, não houve até hoje, segundo ele, nenhum caso de sucesso ao conciliar Islã e liberalismo.

Os países islâmicos não passaram pela Contra-Reforma nem pelas revoluções liberais que, no Ocidente, separaram a política da religião – a mais radical, nessa separação, foi a francesa. Na França, a “laicidade” faz parte do caráter nacional, celebrado todo dia 14 de Julho. Tal vertente do secularismo soa contraditória aos ouvidos muçulmanos.

“O liberalismo imposto é, na verdade, uma contradição em termos”, escreveu Hamid na The Atlantic depois dos atentados de Paris em 2015. A tragédia de francesa mostra que o Ocidente, em especial a França, ainda não aprendeu a implantar sistemas de vigilância mais eficazes. Ainda demorará também a aprender algo mais importante: impedir a ideologia mortífera do islamofascismo de seduzir a juventude muçulmana no mundo todo.

DIÁRIA GORDA– O governo federal publicou, ontem, em edição extra do "Diário Oficial da União", um decreto para aumentar em 150% o valor da diária de servidores públicos a serviço do governo federal, incluindo agentes da Força Nacional, durante o chamado “período olímpico”, de 24 de julho a 22 de agosto deste ano. Com isso, o valor máximo da diária, que é de cerca de R$ 220, passará para R$ 550 no período. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Justiça, José Levi do Amaral Júnior, o aumento das diárias “já estava previsto” no orçamento deste ano e não impactará as contas públicas.

Telhado de vidro–
 Pai do deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB), oficializado, ontem, como candidato a vice-prefeito na chapa de João Paulo (PT), o deputado Silvio Costa (PTdoB) malhou sem piedade, ontem, o prefeito Geraldo Júlio (PSB), em discurso durante o anúncio da chapa, insinuando que estaria envolvido na operação Lava Jato, mas esqueceu do seu enorme telhado de vidro: Silvinho, como é conhecido o seu herdeiro político, está com bens bloqueados por causa do processo envolvendo shows fantasmas quando secretário de Turismo em 2013. Quanto a João Paulo, que disse tratar-se de um político honrado, também responde a uma penca de processos da época em que governou Recife.

Associação com terrorismo–O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse, ontem, que o governo federal reuniu dados de 500 mil pessoas de todas as partes do mundo suspeitas de associação com terrorismo em um cadastro unificado para a Olimpíada do Rio. O mapeamento reúne dados de países com Estados Unidos e França e, segundo o Ministério da Defesa, será usado para monitorar o acesso dessas pessoas ao País e às arenas de competição, tanto no Rio quanto nas subsedes dos Jogos Olímpicos.

DNA da corrupção- O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, antiga Controladoria-Geral da União, informou, ontem, que o governo expulsou nos primeiros seis meses deste ano 162 servidores por “ato relacionado à corrupção”. Esse número corresponde a 64.5% de todas as expulsões registradas no primeiro semestre de 2016 (251). Os dados constam do Relatório de Punições Expulsivas do órgão. Segundo explicou a pasta, essas expulsões foram aplicadas a servidores de órgãos da administração pública federal – os dados não incluem os empregados de empresas estatais, como Caixa Econômica, Correios e Petrobras.

Pesquisa em Caruaru –
Na próxima terça-feira, à zero hora, estarei postando a segunda pesquisa de intenção de voto para prefeito de Caruaru contratada com exclusividade ao Instituto Opinião, de Campina Grande. A primeira, no fim de janeiro, trouxe o deputado Tony Gel (PMDB) na liderança com 25%, mas empatado, tecnicamente, com a deputada Raquel Lyra, que apareceu com 22% e em terceiro, por fim, Jorge Gomes, com apenas 6%. Nesta nova rodada entra pela primeira vez o candidato do PTB, delegado Erick Lessa, e todos os demais postulantes de legendas nanicas. Traz ainda as avaliações dos governos Temer, Paulo Câmara e José Queiroz.

CURTAS

CPI DO FUTEBOL– Antes de deixar a presidência da Câmara, Waldir Maranhão prorrogou e depois “desprorrogou” a CPI do Futebol. Com isso, seu encerramento ficou para o dia 3 de agosto. O relator, Fernando Monteiro (PP-PE), já adiantou que, caso não consiga votar seu relatório, vai entregar toda apuração para a PF e para o Ministério Público.

PEC DA FEDERAÇÃO– Com o intuito de discutir os efeitos da PEC da Federação, que trata da autonomia financeira dos Estados, representantes de 15 assembleias legislativas se reuniram, na tarde desta quinta-feira, com o presidente em exercício Michel Temer (PMDB). Primeiro-secretário da Alepe e membro da mesa diretora da União dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), o deputado Diogo Moraes (PSB) representou o Legislativo pernambucano.

Perguntar não ofende: O Brasil corre risco de sofrer um atentado terrorista nas Olimpíadas do Rio?

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