Coluna Fogo Cruzado – 9 de julho
Na carta endereçada à mesa da Câmara Federal comunicando a renúncia
ao cargo de presidente, Eduardo Cunha elenca verdades e mentiras. São
verdadeiras, entre outras, a afirmação de que a Casa ficou “acéfala”
após o afastamento dele da presidência. Que somente sua renúncia poderia
pôr fim a essa “instabilidade sem prazo”. Que conduziu a Câmara durante
17 meses com “protagonismo e independência”. E que o marco de sua
gestão foi a autorização dada para a abertura do processo de impeachment
contra Dilma Rousseff. Por outro lado, são mentirosas, entre outras, a
versão de que paga um “alto preço” por ter iniciado o processo de
impeachment. De que não mentiu à CPI da Petrobrás. De que é vítima de
perseguição de Rodrigo Janot. E que seus “algozes” não tiveram o “mínimo
de respeito” por sua família. Se perdeu a presidência e vai perder
também o mandato, isso se deve aos seus crimes e não à perseguição de
adversários.
Eduardo Cunha falou a verdade quando disse que conduzia a Câmara Federal com “protagonismo e independência”
Lista dos “impugnáveis”
Figuram na lista dos gestores públicos que tiveram contas rejeitadas
pelo TCE nos últimos 8 anos dois ex-prefeitos já falecidos: Adalberto
Teixeira Filho (Jupi) e Afonso Ferraz (Floresta). O ex-prefeito de Abreu
e Lima, Jerônimo Gadelha, tem o nome citado 19 vezes e o ex-prefeito de
Goiana, Henrique Fenelon, 16. Mas ambos não são candidatos a nenhum
cargo eletivo nas próximas eleições.
Confronto – Marcada para a próxima 5ª feira (14), a
eleição para a escolha do substituto de Eduardo Cunha na presidência da
Câmara Federal terá um representante do “centrão” e pelo menos 10 (até
ontem) do bloco que não reza pela cartilha do ex-presidente. Se o
Planalto intervir é ruim e se não intervir pode ser pior.
Doença – A doença neurológica que tirou a vida do
ator Guilherme Karam foi a mesma que matou há três anos o ex-prefeito de
São José do Egito, Paulo Vieira Jucá e seu pai, Bernardo Jucá Júnior.
Pressão – Servidores do Ministério Público Estadual
pressionam o procurador geral Carlos Guerra por um aumento salarial de
11% alegando que o órgão tem “folga de caixa” para bancar o reajuste.
Cansaço – Paulo Câmara não quer mais participar de
reuniões com o governo federal para tratar do pedido de empréstimos a
bancos internacionais. Cansou de esperar por uma resposta, que nunca
chega.
Herdeiro – A prioridade do prefeito Elias Gomes
(PSDB) nessas eleições não será sua sucessão, em Jaboatão, e sim a
campanha do seu filho, Betinho (PSDB), deputado federal, para prefeito
do Cabo. Betinho tem o apoio de Jarbas Vasconcelos (PMDB) e seu
adversário, Lula Cabral (PSB), do governo Paulo Câmara.
Blocão – Se Luciana Santos (PCdoB) chegar ao 2º
turno, em Olinda, com apoio do prefeito Renildo Calheiros, deverão se
aliar contra ela Antonio Campos (PSB), Izabel Urquisa (PSDB), João Luiz
(PPS), Ricardo Costa (PMDB) e Jorge Federal (PR). A favor, talvez, só a
deputada Teresa Leitão (PT).
Estrada – Esclarece Romário Dias (PSD) que esteve no
Palácio com o prefeito de Iguaracy, Francisco Dessoles (PTB), do seu
grupo político, mas não para tratar de eleição e sim da estrada que liga
este município à cidade de Custódia (34 km). Ficou acertado que Gonzaga
Patriota (PSB) e Ricardo Teobaldo (PTN) apresentarão emendas ao OGU no
valor de 4 milhões para construção dessa rodovia, e que o DER bancará o
resto.
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