segunda-feira, 21 de março de 2016

Da coluna de Magno Martins


Postado por Magno Martins


Dois pesos, duas medidas

Na saída do DEM do secretariado de Geraldo Júlio na Prefeitura do Recife, decorrente da confirmação da candidatura de Priscila Krause à prefeita, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, afirmou que só existe um PSB, referindo-se ao fato de que o Democrata teria também que entregar os cargos no Governo Paulo Câmara, entre os quais o Lafepe.

Foi um recado ao presidente estadual do DEM, Mendonça Filho, que patrocinou a nomeação do executivo José Fernando Uchôa para presidência do Lafepe. Sileno tem toda razão. Bandeira a meio pau só em luto oficial, filosofava Joaquim Francisco, à moda Macaparana, quando governador, para exigir o apoio integral de aliados à campanha e, posteriormente, ao Governo.

Mas Sileno deve, também, dispensar o mesmo tratamento ao PSDB, que ocupa muito mais espaços no Governo Paulo Câmara do que o DEM. Na verdade, o Democrata sequer está no primeiro escalão. A legenda tucana, sim. Tem o ex-presidente estadual Evandro Avelar na Secretaria de Trabalho, este integrante do grupo do prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, e seu filho, o deputado federal Betinho Gomes. Nomeado, Evandro abrigou uma penca de apadrinhados do pré-candidato do partido à Prefeitura, Daniel Coelho, e também de Elias e Betinho.

Lá, foi nomeado, logo no início do Governo, como um dos principais secretários-executivos, o filho do deputado federal Roberto Freire, João Freire, indicado por Daniel. Além de ter sido chefe-de-gabinete do seu patrono, João coordenou a última campanha do tucano e está, há muito tempo, traçando as diretrizes da pré-campanha atual.

Na mesma pasta, Evandro nomeou Fábio Araújo, também ex-chefe de gabinete de Daniel e um dos coordenadores de campanha, na função de Ouvidor. Já a presidente da Jucepe, Terezinha Nunes, que conspira 24 horas contra à reeleição de Geraldo Júlio, usando, acintosamente, a estrutura do cargo para bombar a candidatura de Daniel, nomeou, entre outros, Felipe Wanderley, braço direito do pré-candidato tucano.

Wanderley também foi o mais recente chefe-de-gabinete de Daniel e um dos principais coordenadores de campanha. Terezinha nomeou também Jânio César, o popular Corumba, verdadeiro cão de guarda de Daniel e Terezinha. O que se diz entre os próprios tucanos é que a Secretaria do Trabalho e a Jucepe são dois grandes cabides de empregos de Daniel.

O PSB sabe disso e nunca agiu com a mesma rapidez e rigor em relação ao DEM. O PSB sabe, ainda, que o Porto do Recife, também na cota do PSDB, é dirigido por Olavo Andrade, indicado pelo deputado federal Bruno Araújo.

Eleitor e cabo eleitoral do vereador André Régis, um dos mais ácidos críticos da gestão Geraldo Júlio, Olavo nomeou várias pessoas indicadas pelo parlamentar, que não se cansa de bater em Geraldo. Se a lei seca de cargos, anunciada pelo presidente socialista Sileno Guedes, de forma tão implacável, vale para o DEM, por que também não vale para o PSDB?

Os prazos estão se afunilando e os demais aliados da Frente que apoiam a reeleição de Geraldo Júlio exigem uma definição do PSB em relação ao PSDB. Com Eduardo Campos, que era uma águia na arte do jogo da política, certamente, a esta altura, ninguém estaria em cima do muro.

OS RISCOS DO TROCA-TROCA– O deputado Anderson Ferreira (PR) cuidou de enviar um vídeo para esta coluna, que o citou como voto contrário ao impeachment, informando que vota a favor do impedimento da presidente. Mas vale uma perguntinha: se o PR se manter no Governo e fechar questão contra o impeachment, Anderson não corre o risco de ficar sem legenda para disputar a Prefeitura de Jaboatão? O mesmo pode ser aplicado a Silvio Costa Filho, que saiu do PTB para o PRB, este rompido com o Governo.

Cara nova em Petrolina– 
O acordo fechado entre os deputados Gonzaga Patriota e Lucas Ramos, ambos do PSB, pode resultar no lançamento de uma candidatura nova a prefeito de Petrolina. Por enquanto, eles fazem segredo do nome, mas garantem que tem poder de provocar uma verdadeira hecatombe de imediato na campanha e um verdadeiro efeito tsunami nas urnas.


Enfrentando Gilmar– Advogados de defesa de Luiz Inácio Lula da Silva enviaram ao ministro Teori Zavascki, do STF, pedido para que ele seja o responsável pela análise da ação sobre a posse do ex-presidente na Casa Civil. A defesa se refere a mandado de segurança movido pela oposição contra a posse de Lula no Ministério. Na última sexta-feira, o ministro Gilmar Mendes acatou o pedido dos oposicionistas e suspendeu a ida de Lula para o Governo. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu da decisão.

Sem status – O deputado Raul Jungmann (PPS), apresentou emenda retirando o status de ministro do cargo de chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, que passou a ser ocupado por Jaques Wagner (PT-BA). O político deixou a Casa Civil para dar lugar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida provisória foi encaminhada na quinta-feira ao Congresso. Ao transformar o cargo de chefe do gabinete pessoal da presidente da República em ministro-chefe, o objetivo, segundo Jungmann, foi dar foro privilegiado “preventivo” a Wagner, citado em delações em escutas telefônicas.

Marqueteiro de Raquel? –
 Ao ser visto no último fim de semana nos primeiros atos da agora tucana Raquel Lyra, candidata à prefeita de Caruaru, o marqueteiro José Nivaldo Júnior, da Makplan, foi longo apontado como o principal estrategista da campanha dela. Ninguém melhor do que ele e seu sócio, Marcelo Teixeira, para bombar uma candidata com o potencial de Raquel, que já aparece empatada com Tony Gel e bem distante de Jorge Gomes, candidato apoiado pelo prefeito José Queiroz (PDT).


CURTAS

COM DILMA– Do ministro Armando Monteiro ao se posicionar contra o impeachment: “Não somos uma republiqueta. O processo de impeachment tem que seguir a Constituição, mas se tiver caráter apenas político poderá afrontar a ordem legal”. Sobre o ex-presidente Lula, que ainda não conseguiu tomar posse na Casa Civil, disse que ninguém pode ser condenado antes de ser julgado.

LIMOEIRO– Candidato à reeleição, o prefeito de Limoeiro, Thiago Cavalcanti, ingressou no PTB e sua filiação foi prestigiada, sexta-feira passada, pelo ministro Armando Monteiro Neto, que esteve também na filiação do pré-candidato a prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Fernando Aragão.

Perguntar não ofende: Lula virou mesmo a viúva Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido?

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