segunda-feira, 21 de março de 2016

Da coluna de Inaldo Sampaio


Dilma não é Collor, mas deverá cair
Postado por Inaldo Sampaio

Coluna Fogo Cruzado – 21 de março

Diferente de Collor, que não tinha partido nem movimentos sociais, Dilma tem o apoio do PT, PCdoB, CUT, UNE e MST

Dos quatro pernambucanos na comissão especial do impeachment, três irão votar pela saída da presidente Dilma Rousseff: Mendonça Filho, Fernando Filho e Tadeu Alencar. Só Sílvio Costa votará por Dilma. Partidos e movimentos sociais aliados da presidente fizeram uma manifestação na última sexta-feira a fim de mostrar que o governo não está morto. Fragilizado, sim, mas morto ainda não. É aí que está a diferença entre Dilma Rousseff e Fernando Collor. Este último em 1992 conclamou os brasileiros a saírem às ruas de verde e amarelo para defender o seu governo e no dia seguinte se deu o contrário: o povo nas ruas vestido de preto. Collor caiu feito fruta madura porque não tinha um partido forte por trás de si, nem apoio no Congresso e nem nos movimentos sociais. Dilma tem o PT, o PCdoB, a CUT, a UNE, o MST e várias outras entidades. Deverá cair igual a Collor, mas sua saída do Planalto será extremamente traumática.

Uma praça de guerra

Pelo que se viu na última 6ª feira, os movimentos sociais aliados do governo não pretendem assistir passivamente à queda de Dilma. Até a provável aceitação do pedido de impeachment pela comissão especial da Câmara, não haverá muito barulho. Porém, quando o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) chegar ao plenário para votação, a esplanada dos ministérios vai ferver e se transformar numa “praça de guerra” – com o “exército” do MST à frente.

Cargos – Se depender do governador Paulo Câmara, o DEM permanecerá integrando o seu governo. Ou seja, a pessoa que Mendonça Filho indicou para presidir o Lafepe continuará lá. Já o presidente Sileno Guedes (PSB) pensa diferente. Como Priscila Krause lançou-se candidata a prefeito do Recife, o DEM deveria entregar o cargo porque não há dois “PSBs”, mas apenas um.

Convite – O vereador caruaruense Ricardo Liberato, filho do ex-deputado José Liberato (já falecido), trocou o PSC pelo PDT na última 6ª feira a convite do prefeito José Queiroz (PDT).

Gênero – O PTB vai disputar três prefeituras do Agreste Meridional com candidatas mulheres: Nadir Ferro (Terezinha), Elza Pedrosa (Sairé) e Enilda Leonel (Paranatama).

Pesquisa – Após uma semana tumultuada, é preocupante saber que Marina Silva (Rede) lidera as intenções de voto para presidente da República, segundo a última pesquisa do Datafolha.

Espera – O PSDB reforçou suas fileiras em Caruaru com a chegada de Raquel Lyra e João Lyra Neto, mas perderá substância no Agreste com a saída do deputado Claudiano Filho, que foi para o PP. No Sertão, o partido ainda acredita na candidatura do vice de Petrolina, Guilherme Coelho, à sucessão de Júlio Lossio (PMDB), mas ele não quer.

Lixo – Do ex-prefeito de Iguaracy, Pedro Alves (PSB), sobre a briga de Lula na justiça para virar ministro de Dilma Rousseff: “Como é que se joga no lixo uma linda biografia com a que Lula tinha, reverenciada, inclusive, pelos principais líderes políticos do planeta, por causa de um sítio em Atibaia e de um apartamento no Guarujá? É muita burrice!”

Reforço – O ministro Armando Monteiro aproveitou o último final de semana para fazer um giro rápido pelo Agreste Setentrional. Foi a Limoeiro filiar ao PTB o prefeito Tiago Cavalcanti (ex-PSDB) e a Santa Cruz do Capibaribe abonar a ficha do vereador Fernando Aragão. Ambos são candidatos a prefeito. Graças ao apoio do tio, Ricardo Teobaldo, deputado federal pelo PTN, Tiago arranjou R$ 44 milhões no governo federal para Limoeiro.

Delação – O senador Humberto Costa (PT) ignorou as declarações do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (ex-PT), de que o visitara na prisão para sondá-lo se ele iria fazer ou não delação premiada. Esteve sábado em São José do Egito e em Tabira para inaugurar obras construídas com recursos do governo federal ao lado dos prefeitos Romério Guimarães (PT) e Sebastião Dias (PTB), respectivamente. Ambos são candidatos à reeleição.

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