A vereadora Marília Arraes viajaria ontem para São Paulo a fim de se encontrar com o ex-presidente Lula
A vereadora Marília Arraes cansou de ser dissidente no PSB e acertou sua filiação ao Partido dos Trabalhadores para disputar a reeleição. Ela viajaria ontem para São Paulo para se encontrar com o ex-presidente Lula a fim de dar-lhe ciência de sua decisão. Marília, neta de Miguel Arraes e prima legítima de Eduardo Campos, faz, pela força do parentesco, oposição mais incômoda aos governos de Paulo Câmara e do prefeito Geraldo Júlio do que a oposição convencional. Ela rebelou-se contra o seu partido em 2014 após ser vetada como candidata à Câmara Federal, e de lá para cá não lhe deu mais trégua. Marca corpo a corpo as gestões do prefeito e do governador e tende a ser uma pedra no sapato de ambos nas eleições deste ano e de 2018. O PSB adotou como estratégia ignorar as críticas dela, pois não é fácil encontrar um jeito de respondê-las sem atingir, por tabela, familiares dos dois ex-governadores.
As opções da vereadora
Antes de decidir-se pelo PT, Marília Arraes examinou outras opções, mas não sentiu segurança em nenhuma delas. O PDT seria uma hipótese, mas seu presidente regional, Wolney Queiroz, é aliado do prefeito do Recife. Já os partidos nanicos foram todos descartados porque têm “dono” em nível nacional e os dirigentes regionais não têm governança sobre eles. Por exclusão restou o PT, com todo o desgaste que a sigla acumula em razão do escândalo da Petrobrás.
Time – O PT tem 04 representantes na Câmara Municipal do Recife: Henrique Leite, Jurandir Liberal, Jairo Brito e Osmar Ricardo. Passará a ter cinco com a chegada de Marília Arraes, cuja filiação está prevista para o próximo dia 3, às 18h30, no recinto da própria Câmara. Convidado, o ex-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, comparecerá se houver brecha na agenda.
Troca – Os irmãos André (PSC) e Anderson Ferreira (PR) já decidiram: só apoiarão Geraldo Júlio (PSB) no Recife se o PSB apoiar a candidatura deste último à prefeitura de Jaboatão.
Primo – Diferentemente do que a coluna publicou, Alfeu Valença, ex-presidente da Petrobras e ex-sócio do lobista Zwi Skornicki, não é irmão do cantor Alceu Valença e sim primo.
Sigla – Por ter perdido o comando estadual do PTN para o deputado federal Ricardo Teobaldo, o vereador e líder do governo na Câmara do Recife, Gilberto Alves, vai se filiar ao PSB.
Esforço – Embora tenha criado uma secretaria para o PSDB (Combate às Drogas) e outra para o DEM (Desenvolvimento Econômico), o prefeito Geraldo Júlio nega estar fazendo um “esforço descomunal”, como registrou a coluna, para tirar Daniel Coelho e Priscila Krause do seu caminho. Garante que o seu esforço é para “administrar o Recife”.
Pré-sal – Humberto Costa agiu corretamente, enquanto líder do governo no Senado, ao fazer um acordo com as oposições para a aprovação do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobrás de ser sócia compulsória de todos os projetos de exploração do petróleo do pré-sal. Mas, por esse acerto, foi “excomungado” pelos “xiitas” do PT.
De casa – Assessor da Casa Civil, o ex-prefeito de Carnaíba, Anchieta Patriota (PSB), recebe pressão dos correligionários para ser candidato mais uma vez, mas não quer. Vai indicar a mulher, Cecília, dirigente da Geres em Afogados da Ingazeira, em lugar do prefeito José Mário, que não se candidatará à reeleição. As oposições, capitaneadas pelo ex-prefeito José Francisco (“Didi”), vão encomendar uma pesquisa. O 1º lugar será o candidato.
Queda – Péssima notícia para os municípios que sobrevivem apenas do FPM: a arrecadação de impostos do governo federal caiu 6,7% em janeiro, em relação ao mesmo período de 2015 (já descontada a inflação). Como o FPM é constituído por receitas do IPI e do Imposto de Renda, a queda violenta na produção industrial do ano passado teve rebatimento direto no repasse que é feito para os municípios, deixando os seus prefeitos com as mãos na cabeça.
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