domingo, 31 de maio de 2015

Histórias contadas por quem viveu e conhece os efeitos da seca


Antonio Martins em Evento, do facebook

Antonio Martins de Farias


Escada Encantada.

O Nordeste brasileiro, como sabemos, tem períodos longos e verão e curtos de inverno. Mesmo assim, durante minha infância ouvi dos mais velhos as notícias de grandes chuvas fora do normal.
Em 1951, mais ou menos no segundo semestre, choveu em uma noite o equivalente a três meses de chuva, pois encheu todos os açudes e barreiros, além de causar o “atolamento” dos animais. Há controversa, porém. Tem gente que afirma que essa chuva não ocorreu.
 
Outra chuva forte foi do dia 24 de dezembro de 1964, me lembro. Foi uma chuva tão forte que as telhas não conseguiam segurar a água, que escorria pelas paredes formando goteiras. Exigindo que meu avô, que se encontrava enfermo, fosse coberto com uma lona.
Mesmo diante de tais angustias a que mais preocupava meu pai era uma escada. Ele mandou construir essa com madeira de lei. Ela era tão grande que em pé: assemelhava-se com a Torre de Babel, porque quem estivesse no topo não ouvia a voz de quem estava no chão.
 
E por causa da seca, Luiz França resolveu cavar uma cacimba. Ela só deu água depois de perfurado uns vinte ou trinta metros de profundidade. João França foi seu autor. Devido a sua profundeza ficou decidido que meu pai emprestaria tal escada para que as pessoas conseguissem encher os potes e as latas d’água. Acontece que quando o dia clareou e fomos à cacimba para ver como estava a tal escada. Não encontramos nem a cacimba nem a escada. Quando se recavou a cacimba a escada tinha se encantado.
Antonio Martins de Farias é Advogado e de Taquaritinga do Norte.
 
 
Casa de Serra dos Bois do google.

Um comentário:

  1. Jânio, obrigado por publicar minha estória (história), pois isso me deixa muito feliz. A foto na qual apareço é o dia que recebi a Carteira da OAB, junto com minha colega Adriana.

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