quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

UMA CRÔNICA PARA FESTEJAR O NATAL

ESCRITA  POR MAGNO MARTINS
 natal gde

Há muito, não faço crônicas. Nos últimos meses, o tempo tem sido consumido por viagens. Muitas vezes, sou cobrado a reunir todos os meus rabiscos que falam do quotidiano – e não da política – num livreto. Tem gente que gosta! Amo escrever, única vocação que tenho, embora uma vocação bela e fraca.
Com as palavras, vejo sentido. Aliás, as palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Na realidade, aprendemos e exercitamos palavras para melhorar os olhos, suavizar a alma, adoçar o coração.
Escrever e ler são formas de fazer amor, já disse Rubem Alves. O escritor não escreve com intensões didático – pedagógicas. Ele escreve para produzir prazer. Para fazer amor. Escrever e ler são formas de fazer amor. É por isso que os amores pobres em literatura ou são de vida curta ou são de vida longa e tediosa.
'Talvez eu seja um pouco de tudo que já li. Um pouco de tudo que meu olhar já aprendeu do mundo. Um pouco das belas músicas. Um pouco daqueles que me são queridos. Um pouco de múltiplos sentimentos e algumas fraquezas. Talvez eu seja um pouco do que você deixou em mim, mas em essência, o muito da minha essência, é algo delicado e misterioso”, diz Rubem Alves.
O escritor tem amor e o poder de encantar. O que faço, quando escrevo, é tentar pintar com palavras as minhas fantasias diante do assombro que é a vida. Somos poetas do quotidiano, que apresentam um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação.
A crônica não morre depressa, como acontece com a notícia, mas morre, e aqui se afasta irremediavelmente do texto literário, embora se vista, por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a ambiguidade, a antítese, a conotação.
O que nos inspira é a vida, são os momentos. O genial Mário de Andrade disse que a inspiração não é obra de todos os instantes. “Só os loucos têm inspiração permanente”, provocou ele.
E de onde sai à inspiração? Com certeza, do mundo que nos rodeia. Criatividade, imaginação e inspiração vêm da vida, do mundo, dos outros. Da capacidade de olhar o mundo com visão mais crítica, mais aprofundada, em busca de detalhes que a maioria dos mortais despreza como insignificantes e não merecedores de um segundo de atenção.
Para escrever é preciso gostar das palavras e da língua. Mas, e o Natal? Bendita seja a data que une a todo mundo numa conspiração de amor.
Muita gente fica inspirada no Natal? Não, fica tocada pela sua simbologia. Comemoramos o nascimento do nosso Salvador. Por isso, a melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida.
Há mais, muito mais, para o Natal do que luz de vela e alegria. É o espírito de doce amizade que brilha todo o ano. É consideração e bondade, é a esperança renascida novamente, para paz, para entendimento, e para benevolência dos homens.
O melhor de tudo: Natal quer dizer um espírito de amor, um tempo quando o amor de Deus e o amor dos seres humanos deveriam prevalecer acima de todo o ódio e amargura, um tempo em que nossos pensamentos, ações, e o espírito de nossas vidas manifestam a presença de Deus.
Neste Natal, procuremos esquecer as mágoas, as ambições, o ódio, a inveja, a arrogância e as injustiças, levando em conta que podemos crescer na imagem do filho do homem, amando a si e aos outros sem distinções.
FELIZ NATAL!

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