domingo, 15 de setembro de 2013

GRIPEI COM VACINA E TUDO

Pois foi, minha gente, gripei. Mesmo tomando a tal vacina contra a gripe, gripei. E gripei feio. Desde a véspera que tomo meizinhas e nada acontece além da tosse, do espirro que vem da alma, do nariz coçando, da vontade de morrer, da cabeça pesada. E é porque tomei a vacina.
Penso, logo existo. Mas não era isso que eu queria dizer. Penso, agora dizendo o que era para ser dito, que fui tapeado com o negócio da vacina. Decerto me aplicaram uma injeção de água de coco nas veias. Só pode ter sido. Alguém deve ter informado à enfermeira que gosto de misturar a água de coco no uísque do bar de João e tascou água de coco na minha injeção.
De ontem para hoje já me ensinaram um catatau de meizinhas. Chico Pinto, por exemplo, recomendou “três caxetes de centelhavermelhanocugenol”, que eu não tomei por não existir nas farmácias aqui de Bananeiras. O cachaceiro Zé Euflávio apelou para a meizinha caseira: uma meiota de Serra Limpa e buchada de bode”. Serra Limpa em Bananeiras, Zé Euflávio, soa como ofensa. Aqui, só pra lembrar aos esquecidos, é a terra da Rainha.
Fui acreditar na receita de Sales Fernandes e me lasquei. Ele receitou: “Lá em Cajazeiras tem disso não! Nada que conhaque de alcatrão de São João da Barra não cure”. Comprei o dito cujo e o derrubei pelo pé. Acordei com a mesma gripe e com uma ressaca de cuspir bala.
Mário Castro, mais radical, me mandou tomar “apracu...”. Eu lhe respondi que as minhas hemorróidas estavam em paz. O mano Edmilson Lucena, bravateiro como sempre é aos sábados e domingos, jurou que curava suas gripes “...na base de Triunfo com limão galego, tirando o gosto com carne de jararaca torrada”. Como se eu não soubesse que ele só gosta de filé com Cavalo Branco.
Vendo os entendidos aí de cima e mais outros que não citei por serem repetições dos primeiros, concluo que a Presidenta Dilma poderia ter contratado uma mão de obra mais em conta para cuidar da saúde do povo. Em vez de importar os médicos de Cuba e de alhures, teria contratado a peso de uma lapada de cana os nossos curandeiros da Paraíba. Salvaria as vidas dos pacientes e ainda de quebra proporcionaria um lucro arretado aos fabricantes de cachaça.
Quanto a mim, bem, depois de tantas tentativas, vou render-me às sugestões de dona Cacilda: beber um lambedor caprichado que ela preparou durante a noite e me abafar na cama. Ela jura que a gripe vai sair em forma de suor.

História Engraçada de Tião Lucena
Do Blog do Mesmo.

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