terça-feira, 13 de março de 2012

GREGÓRIO E O CORONEL VILOCQ NA HISTÓRIA


Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco – 13 de março

Foi graças ao repórter Airton Maciel (JC) que Pernambuco soube do falecimento, no último dia 7, aos 93 anos de idade, do coronel Darcy Vilocq. O militar entrou para a História do Brasil por estar no comando de uma unidade do Exército no bairro de Casa Forte, no Recife, no dia 2 de abril de 1964, quando foi entregue à sua responsabilidade o ex-sargento Gregório Bezerra, que havia sido preso no município de Cortês por sua militância política em favor dos camponeses da Zona da Mata.

Ao noticiar o fato, o repórter teve o cuidado de ouvir a versão de um filho do militar, servidor aposentado da Celpe, já que o coronel figura nos livros de História como tendo sido responsável por uma sessão pública de tortura contra o preso que estava sob sua guarda. O filho nega as atrocidades do pai. Mas elas são confirmadas por depoimentos do escritor Paulo Cavalcanti no livro “O caso eu conto como o caso foi” e pela advogada Mércia Albuquerque que foi seu advogado até à morte.

Enquanto isso, Gregório completaria hoje, se fosse vivo, 113 anos de idade. E para não deixar que a data passe em brancas nuvens diversas entidades do município de Panelas, sua terra, irão reverenciá-lo. A exemplo do coronel Vilocq, ele também está na História, mas com outro perfil: “um homem feito de ferro e de flor” na definição do poeta Ferreira Gullar. Gregório, concorde-se ou não com suas ideias, foi o mais honrado e coerente comunista de todos os que militaram no extinto “Partidão”.
 
Por Inaldo Sampaio.

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