domingo, 27 de maio de 2018

Taquaritinga pode cultivar Cacau



 




 O ouro marrom que cresce ao lado do café e gera riqueza para a região.



 Matéria e estudos feitos por Marcio Silva

 


O cacaueiro (Theobroma cacao), árvore perenefólia que dá origem ao fruto chamado cacau.Pertencente à família Malvaceae, o cacaueiro é originário da chuvosa Bacia do rio Amazonas, na América do Sul. Em ambientes sombreados de floresta e sem poda humana, sua altura pode chegar a 20 metros, contudo, em condições de cultivo usualmente sua altura varia de 3 a 5 metros.

O cacau é a principal matéria-prima do chocolate, feito por meio da torra e moagem das suas amêndoas secas em processo industrial ou caseiro. Outros subprodutos do cacau incluem sua polpa, suco, geleia, destilados finos e sorvete.

Por ser plantado por mais de 200 anos, no Estado da Bahia, à sombra da floresta, o cultivo do cacaueiro foi responsável pela conservação de grandes corredores de Mata Atlântica. Este sistema de cultivo é conhecido como "cacau cabruca", corruptela do termo "brocar" (ralear). Nele, o sub-bosque da mata é "brocado" e substituído por mudas de cacaueiro, tradicionalmente plantadas aleatoriamente. As mudas crescem e passam a produzir seus frutos sob a proteção do vento e sombra das árvores da Mata Atlântica.

Em um levantamento realizado em cabrucas em 2007 no sul baiano, foram encontradas integradas ao sistema cacau-cabruca espécies de árvore consideradas raras, como o jequitibá-rosa (Cariniana legalis), o pau-brasil (Caesalpinea echinata), que é uma espécie ameaçada de extinção e a gameleira (Ficus gomelleira), que é uma espécie de importância sócio-ecológica, já que seus ramos jovens servem de alimento à preguiças e práticas religiosas afro-brasileiras estão associadas a ela. É digno de nota o fato de que maior jequitibá-rosa de que se tem notícia atualmente foi encontrado em um sistema cacau cabruca na região cacaueira da Bahia.

Na Dália da Serra, também há condições favoráveis para o cultivo do Cacau: pluviometria entre 800 e 1200 mm anuais, solos com boa drenagem, textura média e argilosa, além de temperatura média anual em torno de 25°.

Floresta ombrófila densa, é uma das caracterizações da cobertura vegetal da área serrana de Taquaritinga do Norte, apesar de sofrer com desmatamento, incêndio, e agricultura desprovida de assistência técnica adequada a sua realidade, culminou na fragmentação da vegetação e consequentemente o colapso do abastecimento público local.

Entendo que as características de cultivo de cacau, podem contribuir positivamente para a recomposição florestal tão importante e necessária para a região, assim como o café é um ícone da produção agrícola, pois garante a preservação da floresta, viabilizando a infiltração da água da chuva no solo, bem como sua conservação, garantindo a manutenção das fontes e corpos d’água.

A produção varia de 200kg a partir do segundo ano de cultivo e 1500 kg por hectare no quinto ano de cultivo, com valores por saca superando R$500,00 nos dias atuais, tal como a área hoje abrangida pelo café, há viabilidade da instalação do cultivo do cacau seja por cultivo consorciado, seja por agroflorestas produtivas, é um ótimo incentivo para reforçar a economia local em sua base que é a agricultura e consequentemente a implementação do turismo rural, outro ponto potencial exploração.

Requer incentivo de políticas públicas com foco na sua implantação e exploração, estas quando bem coordenadas resultam em ganhos econômicos locais e melhoria das condições da vida no campo, fixando e gerando renda para o homem do campo e firmando o destaque das montanhas da Dália da Serra no cenário mundial.

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