sábado, 24 de fevereiro de 2018

Da coluna de Edmar Lyra



A noiva cobiçada

No exercício do sexto mandato como deputado estadual, Guilherme Uchoa está igualmente no sexto mandato como presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, tendo exercido a função de juiz e desembargador. Aos 70 anos de idade, ele conseguiu ter protagonismo nos três poderes, pois chegou a assumir o governo durante algumas ocasiões, e exerce forte influência entre os deputados estaduais.

Guilherme chegou a romper com Jarbas Vasconcelos no auge da sua popularidade e foi um dos primeiros a apostar no projeto de Eduardo Campos em 2006 após a desistência de Armando Monteiro com quem já tinha fechado o apoio. Guilherme sabe ter lado, mas gosta de ser respeitado. O movimento patrocinado por Wolney Queiroz em negar legenda a Júnior Uchoa por medo de perder o comando do PDT pra Júnior foi uma das coisas mais atabalhoadas que já se viu. Pensando exclusivamente nele, Wolney arrumou uma confusão para o governador Paulo Câmara que teve que ser contornada às pressas no intuito de evitar um rompimento imediato que não ocorreu porque o presidente nutre uma simpatia muito grande pelo governador.

Logo Wolney que com o pai sentado na cadeira de prefeito de Caruaru suou a camisa para se reeleger em 2014 e que depois contou com a secretaria de Agricultura para tentar consertar a falta de votos que possui para renovar o mandato. É importante salientar que o governador Paulo Câmara tirou Raquel Lyra do comando do PSB de Caruaru para satisfazer a exigência de José Queiroz, que mesmo sabendo da pouca viabilidade eleitoral de Jorge Gomes, não aceitava de jeito nenhum a indicação de Raquel. No segundo turno, mesmo tendo incentivado duas candidaturas a prefeito, a de Jorge e a do Delegado Lessa, Queiroz não ouviu o Palácio e deixou de apoiar Tony Gel, que também era candidato do governador, para apoiar Raquel e depois se arrependeu de ter votado nela. Agora, quer fazer proselitismo com a população de Caruaru dizendo-se arrependido de ter apoiado a prefeita no segundo turno. Em nenhum momento Queiroz respeitou a liderança do governador.

No ano passado José Queiroz conseguiu, depois de se queixar do governador a interlocutores, a importante secretaria de Agricultura, mas em vez de assumir o posto, indicou um desconhecido que vem sendo um verdadeiro desastre na pasta. Independente do resultado no cargo, Queiroz não só foi contemplado por Paulo como também ficou alinhavado que ele iria para a chapa majoritária do governador, que por sua vez relegou a um segundo plano Guilherme Uchoa no PDT, e Tony Gel em Caruaru, ambos aliados de todas as horas dele, para satisfazer Queiroz.

O elevado espaço a José Queiroz, essa estapafúrdia ideia de Wolney de integrar uma chapinha e mais do que isso vetar Júnior Uchoa no PDT foram fundamentais para arrumar uma confusão com Guilherme Uchoa para o governador descascar. Guilherme, que é mais representativo politicamente e até mesmo eleitoralmente que Wolney e Zé, virou uma noiva cobiçada. Pois Armando Monteiro ligou para o presidente oferecendo-lhe a vaga de vice-governador na sua chapa, enquanto Fernando Bezerra Coelho disse que as portas do MDB estariam abertas para Guilherme e seu filho, numa clara demonstração de que se o governador não quiser Guilherme por causa dos Queiroz, tem gente salivando e oferecendo tapete vermelho para o presidente e seu filho pois sabe que ambos serão eleitos em outubro por excesso de votos, diferentemente dos Queiroz que estão morrendo de medo por falta deles.

Eleições – Parceria entre os órgãos públicos e apoio da população. Esses são os principais instrumentos com que o Fórum Pernambucano de Combate à Corrupção (FOCCO-PE) espera contar para reforçar a fiscalização e o controle da aplicação dos recursos públicos neste ano de eleição. O FOCCO-PE vai promover capacitação de pessoas da sociedade civil organizada para auxiliar na fiscalização dos recursos públicos. O FOCCO-PE entende que é necessário intensificar o trabalho contra a corrupção em 2018, pois a experiência tem mostrado que o volume de irregularidades costuma aumentar em ano de eleição. “É muito comum que parte desses desvios acabe financiando campanhas eleitorais e até mesmo a compra de votos”, explica o coordenador-geral do FOCCO-PE, Fábio George Cruz da Nóbrega, membro do MPF.

Novo Inocêncio – Na eleição de 2006, o então deputado federal Inocêncio Oliveira foi desprezado por Mendonça Filho e sua equipe, quando negaram-lhe qualquer tipo de espaço no governo. Ele deixou o PFL, foi para o então PL, hoje PR, e levou toda sua tropa para Eduardo Campos que estava desacreditado e ganhou a eleição. Guilherme Uchoa, guardadas das devidas proporções, poderá desempenhar o mesmo papel caso decida apoiar um candidato da oposição.

Jusificativa – O deputado federal Eduardo da Fonte além do argumento de ter o ânimo de candidatos que não teriam a menor chance no chapão e que teriam desejo de disputar na chapinha, lembra que a legislação mudou, e que com o chapão e a chapinha lançados, a Frente Popular terá direito a lutar por duas sobras, podendo eleger separadas até 19 deputados, e todo mundo junto, elegerá na melhor das hipóteses 15 parlamentares.

Confusão – A Assembleia de Deus de Pernambuco teve que se explicar ao Ministério Público Eleitoral por conta de um pastor que queria ser candidato em Garanhuns e não recebeu a benção da igreja. O Pastor Ailton, presidente da instituição, disse que não interferia nos candidatos, porém todos sabem que Irmã Aimee no Recife, Presbítero Adauto na Alepe e Pastor Eurico chegaram ao mandato por obra e graça da igreja, que orienta seus fiéis de tal forma que os votos são parecidos com os de cabresto do interior. Com a confusão já se fala em destituição da direção da igreja, o que deve trazer desgaste para as eleições deste ano.

RÁPIDAS

Contradição – O deputado federal Silvio Costa, pré-candidato a senador pelo Avante, lamentou que o PT tenha abdicado de lançar a candidatura de Marília Arraes para formalizar aliança com o PSB. Ele lembra que o PSB ajudou a resolver o impeachment de Dilma Rousseff, e ocorrendo a aliança, haverá a união de golpistas e golpeados em torno da reeleição de Paulo Câmara.

Chapa – Ganha força uma tese que já foi ventilada, que seria uma chapa encabeçada por Michel Temer, que tentará a reeleição, com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles na condição de vice-presidente. O mote está desenhado que é o presidente e o ministro que recuperaram a economia brasileira.

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