quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Tancredo falava ao telefone só o trivial


  
Inocêncio Oliveira foto google.
 
 
 
Postado por Inaldo Sampaio

Coluna Fogo Cruzado –

O senador Delcídio Amaral passou atestado de burrice ao tentar calar a boca do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró

Sabem os que conhecem a história de Tancredo Neves que o sábio político mineiro não gostava de falar ao telefone. Ou melhor, só fazia uso desse aparelho para conversas triviais. Segredos de estado, conversas que, se descobertas, poderiam comprometer seus planos políticos, nem pensar! E reunião com mais de duas pessoas, dizia ele, era comício. Isso numa época em que telefone celular sequer existia em nosso país. Hoje, com um simples aparelho de celular grava-se conversa e filma-se reunião sem que seus participantes saibam que estão sendo gravados. Por isso chega a ser ingênua a postura do senador Delcídio Amaral de traçar planos, numa reunião coletiva, para tentar calar a boca do seu ex-auxiliar na Petrobrás, Nestor Cerveró, oferecendo ajuda financeira à família dele e um plano de fuga para o exterior. Foi gravado e filmado por um dos seus filhos de Nestor e comprometeu irremediavelmente sua carreira política.

Fardo num lombo só

Até ontem, Delcídio Amaral (PT-MS) dividia com Humberto Costa (PT-PE) a responsabilidade de defender o governo Dilma no Senado. Com sua prisão pela Polícia Federal, o grosso do fardo cairá nos ombros do senador pernambucano. A prisão de Amaral foi lamentada por gregos e troianos, por várias razões. Além de ser educado, com pinta de fidalgo, ele não tem cara de bandido. Muito pelo contrário, era muito respeitado pelos colegas do governo e da oposição.

Poder – O PSDB começou a discutir ontem um projeto de poder para Caruaru. Além de ser a maior cidade do interior, tem uma população rural (60 mil habitantes) superior à população de 85 municípios pernambucanos. Os tucanos estão ensaiando o lançamento de um candidato à sucessão do prefeito José Queiroz (PDT), porém o nome só será escolhido em abril de 2016.

Espelho – Com a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), mais as CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão, o Congresso está cada dia mais parecido com uma delegacia de polícia.

Livro – A Prefeitura de Caruaru vai bancar a edição do livro “Vitalino sem barro: o homem”, de autoria do pesquisador Paulino Cabral de Mello. O lançamento está previsto para 2016.

Pancada – Depois da prisão de José Carlos Bumlai e do senador Delcídio Amaral, ficou ainda mais difícil para o PT eleger um só prefeito de capital (o Recife inclusa) no próximo ano.

Ativo – Embora sem mandato desde fevereiro deste ano, o ex-deputado Inocêncio Oliveira continua mais ativo do que nunca. Continua despachando normalmente no seu escritório político da Imbiribeira, onde recebe deputados, ex-deputados, prefeitos e vereadores. É de lá que ele liga para secretarias de estado em busca de apoio para seus aliados.

Trânsito – Por ordem do governador Paulo Câmara, os órgãos do Governo do Estado estão ajudando o interventor Mário Cavalcanti a tirar Gravatá da situação caótica em que se encontrava. Ontem quem esteve lá foi o diretor-geral do Detran, Charles Ribeiro, para acertar com o interventor a municipalização do trânsito, possivelmente ainda este ano.

Tristeza – Era de tristeza, na tarde de ontem, o semblante da maioria dos senadores devido à prisão do líder do governo Delcídio Amaral (PT-MS), que era muito querido no seio da Casa. Os três de Pernambuco não eram exceção à regra: Humberto Costa (PT), Douglas Cintra (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (PSB). Muitos certamente estavam imaginando a possibilidade de ser Delcídio, amanhã, a partir do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL).

Álcool – Argumento do deputado Antônio Moraes (PSDB) para defender o projeto de sua autoria que autoriza a venda de bebida alcoólica nos estádios de futebol: será que o Grupo Petrópolis pagaria R$ 10 milhões à Arena Pernambuco para colocar uma placa da Cervejaria Itaipava se não lhe fosse dado o direito de vender cerveja aos torcedores que vão a campo? Moraes não vê relação entre cerveja e violência, pelo menos nos estádios.

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