terça-feira, 25 de novembro de 2014

JUCÁ: "NÃO MUDOU A META, AMPLIAMOS A BANDA"


Josias de Souza



Relator do projeto que abre brecha para que o governo feche suas contas no vermelho em 2014, Romero Jucá (PMDB-RR) foi criticado pela oposição por seu excesso de servilismo. No parecer que prevaleceu na Comissão de Orçamento, o senador substituiu a expressão “meta de superávit'' por “meta de resultado''. Com isso, deixou o governo à vontade para apresentar um déficit (ou “superávit negativo'', ironizam os adversários). Jucá absteve-se, de resto, de fixar uma cifra. Apenas autorizar Dilma a abater da meta cenográfica 100% de tudo o que for gasto com o PAC e com as desonerações tributárias.

Auditor, o deputado tucano Izalci (DF) lembrou a Romero Jucá que a Lei de Responsabilidde Fiscal obriga o Congresso a fiscalizar o cumprimento da meta de superávit primário. “Se não há uma meta numérica, o que iremos fiscalizar?”, perguntou Izalci. E Jucá, flertando com o déficit de lógica: “O que estamos fazendo aqui não é alterar a meta do superávit. Nós estamos discutindo aqui a ampliação da banda de abatimento da margem desse superávit. Isso é algo completamente diferente da alteração de uma meta”.

Impressionado, o médico Ronaldo Caiado (DEM-G) comparou Jucá a um vírus. “Ninguém desconhece a capacidade de mutação do relator Romero Jucá. É aquilo que nós, na medicina, temos uma dificuldade enorme de combater: o vírus com mutação muito rápida. Vossa Excelência, senador Jucá, tem uma capacidade de mutação ímpar.” Na campanha presidencial, Jucá apoiou o tucano Aécio Neves.

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