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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

COLUNA DE MAGNO MARTINS




Razão das gentilezas

Dilma e Eduardo trocaram gentilezas, ontem, ao invés do boxeamento político. Quem esperava comportamento diferente, especialmente parte do segmento da mídia, saiu de Suape com a impressão de que a presidente e o governador não se distanciaram, não romperam e não estão hoje concorrendo ao Planalto em palanques diferentes.

Mas estão sim. Dilma não tolera mais o governador. Na verdade, soa mal aos seus ouvidos o nome do pré-candidato do PSB ao Planalto. Eduardo, por sua vez, perdeu a pouca admiração – se é que tinha – pela então aliada.

E virou o mais ácido opositor ao seu governo, com um discurso muito mais ostensivo e duro do que vem sendo praticado pelo tucano Aécio Neves, também na corrida presidencial, mas que não consegue criar fatos, sendo assim ofuscado por Eduardo.

A cordialidade e as gentilezas recíprocas têm tudo a ver igualmente com as eleições de 2014. É bem provável que a eleição presidencial tenha um segundo turno e Dilma não quer perder o apoio do governador na segunda etapa da disputa contra Aécio, se este for o cenário.

No caso de Eduardo, este também precisará de Dilma num eventual segundo turno, se a presidente, o que parece menos provável, não chegar lá. Dilma e Eduardo foram aliados históricos na eleição que levou a presidente ao poder e não estão hoje mais no mesmo palanque porque o governador rompeu e se lançou candidato. Assim, se Eduardo perder para Aécio a vaga do segundo turno Dilma terá que atrair o governador para o seu palanque. Não caberia, portanto, machucá-lo nesta hora ainda muito incipiente do processo presidencial.

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