Postado por Magno Martins
A notícia foi divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral: uma beneficiária do Bolsa Família doou R$ 75 milhões a uma campanha política. Com ar de escândalo, a corte listou o caso entre os "indícios de irregularidades mais relevantes" do primeiro turno. Ao avisar a imprensa, o TSE informou que "compartilhou imediatamente o material com o Ministério Público Eleitoral". A corte também acionou o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário para a abertura de uma investigação.
Rapidamente, vazou-se o nome da suspeita: Maria Geni do Nascimento. Ela se candidatou a vereadora pelo PDT em Santa Cruz da Baixa Verde, no sertão de Pernambuco. É lavradora, tem 56 anos e não completou o ensino médio. Segundo o banco de dados da Justiça Eleitoral, Geni teria recebido, e não doado, os R$ 75 milhões. Mesmo assim, seu caso parecia perfeito para confirmar duas teses em voga: o cadastro do Bolsa Família é uma bagunça e o veto às doações de empresas levaria o caos às eleições.
O presidente do TSE, Gilmar Mendes, declarou em setembro que doações de beneficiários de programas sociais indicavam fraudes e crimes eleitorais. "Ou essa pessoa não deveria estar recebendo o Bolsa Família ou ocorre o fenômeno que chamamos de 'caça-CPF', que é a ideia de se manipular o CPF de alguém que está inocente", disse o ministro.
Nesta terça (18), descobriu-se que Geni não era fraudadora nem laranja. Ela apenas errou ao preencher o sistema eletrônico e informar sua única ajuda de campanha: R$ 75, doados por um estudante que recebe auxílio-alimentação da universidade pública. "Ela digitou zeros demais", explicou Raquel Salazar, da corregedoria do TRE de Pernambuco, ao "Jornal do Commercio".
A assessoria do TSE me disse que cabe à candidata, e não ao tribunal, providenciar uma correção. Até aqui, nenhuma autoridade se desculpou com Geni. Ela levou pedradas de todos os lados, mas não se elegeu. Teve apenas 13 votos
INVENÇÃO–A expectativa de prisão de Lula foi levantada por petistas (e reforçada, naturalmente, pelo conjunto da obra): quem deu a notícia de que o risco era real e iminente foi um blogueiro paulista, Eduardo Guimarães, que aproveitou a oportunidade para convocar os correligionários a uma vigília em frente à casa de seu líder. Nada deu certo: a vigília reuniu umas 20 pessoas, 30 no máximo, e o japonês da Federal não apareceu por lá. Lula será preso? Talvez; mas não é obrigatório que a prisão ocorra. Pode acontecer até que ele seja condenado num dos três processos a que por enquanto responde e o juiz lhe dê o direito de recorrer em liberdade.
O mais votado–
Violência em Caruaru– A deputada estadual Raquel Lyra, candidata tucana à Prefeitura de Caruaru, deu um timing na campanha e subiu à tribuna da Assembleia para cobrar do Governo do Estado que o 4º Batalhão da Polícia Militar seja exclusivo para Caruaru. “Esta semana o governador Paulo Câmara prometeu destinar um batalhão exclusivo da Polícia Militar para minha cidade de Caruaru. É uma medida extremamente necessária e emergencial, pois Caruaru tem sofrido muito com a violência”, disse Raquel. A reabertura do Hospital São Sebastião também foi cobrada pela deputada. Segundo ela, o povo de Caruaru e do Agreste anda assustado com a onda de assaltos em plena luz do dia.
Sem endurecer– O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, por maioria de votos, endurecer a aplicação da Lei da Ficha Limpa para caso de condenações por improbidade administrativa. Com a decisão, a Corte Eleitoral manteve o entendimento adotado desde 2006 de que só ficam inelegíveis políticos condenados por improbidade quando houver, cumulativamente, comprovação de dano ao erário e enriquecimento ilícito. A decisão foi tomada após a corte analisar o caso de um candidato à Prefeitura de Quatá (SP) que teve registro rejeitado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por ter sido condenado por improbidade somente por dano ao erário.
Sai federal–
CURTAS
LAÇOS DE FAMÍLIA– A prefeita eleita de Calumbi, no Sertão do Pajeú, Sandra da Farmácia, é cunhada de Gatão Ferraz, esposo da prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba, e já assumiu compromisso com a reeleição do deputado federal Kaio Maniçoba em 2018. Na série de reportagens especiais sobre fenômenos eleitorais deste blog, Sandra foi personagem por ter sido submetido a uma cirurgia de emergência na campanha, ter voltado ao município 15 dias antes do pleito e derrotado uma oligarquia.
EM ALAGOAS– Passo o dia de hoje e amanhã na região de Coruripe, litoral sul de Alagoas, para produzir uma reportagem sobre o fenômeno Marx Beltrão, ministro do Turismo de Temer. Na mesma região, ele elegeu cinco prefeitos parentes, sendo uma irmã, duas tias e dois primos, inclusive em Coruripe, onde começou sua vida pública como prefeito.
Perguntar não ofende: O PT vai sumir do mapa eleitoral e administrativo do País?
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