sábado, 12 de agosto de 2017

Da Coluna de Magno Martins



Postado por Magno Martins


Jarbas resiste, Zveiter cai fora

Enquanto o deputado Jarbas Vasconcelos reagiu com uma simples nota afirmando que a punição que sofreu do PMDB foi esdrúxula, o deputado federal Sergio Zveiter (PMDB-RJ), incluído entre os cinco parlamentares peemedebistas que ignoraram a orientação do partido de votar a favor de Temer no pedido de investigação do Supremo, pediu de imediato a desfiliação do PMDB. O pedido foi entregue ao diretório do partido no Rio de Janeiro.

Em julho, Zveiter apresentou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara parecer favorável ao prosseguimento da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer. O pedido de desfiliação do deputado ocorre um dia após o PMDB anunciar a suspensão das funções partidárias dos parlamentares que se posicionaram contra Temer na análise da denúncia, entre os quais Zveiter. Com a decisão, seis deputados serão retirados de comissões em que representam o partido.

"Após a divulgação do parecer de minha relatoria, passei a sofrer ameaças de represálias e ameaças de expulsões oriundas da direção do partido e de outros membros do PMDB que atuaram em prol do arquivamento sumário das denúncias", afirmou o deputado no pedido de desfiliação. Zveiter está no segundo mandato de deputado federal. Quando foi reeleito para a atual legislatura, era filiado do PSD e, em março de 2016, se transferiu para o PMDB.

Zveiter tem recebido convites para se filiar a outros partidos, entre os quais PDT. Segundo a assessoria do parlamentar, porém, ainda não há definição sobre o novo partido de Sergio Zveiter. Antes de a denúncia ser analisada pela Câmara, fechou questão para barrar a peça da PGR, ou seja, poderia punir quem votasse diferentemente dessa orientação. Zveiter criticou a decisão ao pedir a desfiliação, argumentando que a imposição não poderia ser feita quando o que está sob análise é uma matéria criminal.

"Causa maior espanto o autoritarismo com que esse posicionamento foi adotado, em postura abusiva, como se a Câmara e seus deputados estivessem subjugados aos interesses de outro poder", afirmou. Na carta, o deputado usou, ainda, uma previsão da lei para sair do partido sem perder o mandato. "Resta evidente discriminação pessoal e perseguição política praticada pela direção nacional do PMDB."

RENAN REAGE – O presidente do PMDB de Alagoas, senador Renan Calheiros, criticou, a decisão do partido de suspender os deputados que votaram contra Temer. "Suspender deputado porque não colocou o presidente acima da Constituição é antidemocrático. Ninguém está imune à investigação, seja procurador-geral da República, seja presidente ou senador. E quem abusar tem que ser penalizado pelo que fez, na forma da lei", declarou o ex-presidente do Senado. Para se contrapor ainda mais ao PMDB, Renan confirmou que estará na comitiva que recepcionará o ex-presidente Lula e sua caravana na próxima sema.

Pau na direção nacional- 
Tão logo foi informado da decisão do PMDB, Jarbas enviou a seguinte nota ao blog: “No meu entendimento essa punição oficializada hoje pelo partido é algo esdrúxulo e completamente sem sentido. Só reforça minha avaliação de como é fraca e despreparada a direção nacional do PMDB hoje. Fui um dos fundadores do MDB, que posteriormente deu origem ao PMDB, e ao longo de toda a minha trajetória dentro do partido nunca vi algo parecido. O respeito às ideias e posicionamentos é algo fundamental, e o caminho pelo qual está seguindo hoje o PMDB nacional ignora completamente essa condição, que é primordial para todos que exercem a política e principalmente para quem está a frente de qualquer partido numa democracia”.

Haddad critica reformas– No Recife para participar de uma agenda de debates com universitários, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse, ontem, na Universidade Católica do Pernambuco, que prevê uma nova polarização entre dois grandes grupos na disputa presidencial de 2018. Dessa vez, porém, entre os defensores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu legado, e os opositores do petista, que desejam preservar bandeiras do governo Michel Temer (PMDB). No entendimento do ex-ministro da Educação do governo Lula, há uma ofensiva do atual governo para tentar esvaziar a soberania popular, inclusive com a aprovação de medidas como o sistema eleitoral “distritão”, a discussão sobre parlamentarismo e outros temas afins.

Fim da greve– Após uma paralisação de 15 dias, os servidores da Prefeitura do Recife encerraram a paralisação. A decisão foi votada em assembleia geral da categoria, realizada na manhã de ontem, no pátio da Câmara Municipal. Os trabalhadores voltarão às atividades na próxima segunda-feira, com exceção dos profissionais que trabalham em regime de plantão, que deverão assumir seus postos já no final de semana. A categoria aceitou a proposta da Prefeitura do Recife de reajuste de 2% condicionado à diminuição do gasto com a folha de pagamento, abono salarial pago uma única vez em agosto e proporcional à carga horária (entre R$ 350 e R$ 600, além de aumento de R$ 2,50 no vale-alimentação, que passa de R$ 15,50 para 18 a partir de setembro).

Solidariedade pernambucana–
 O presidente estadual do PMDB, Raul Henry, emitiu uma nota, ontem, bombardeado a direção nacional do partido pela punição a Jarbas pelo fato de ter contrariado o partido na votação do pedido de investigação do presidente Temer. “O deputado Jarbas Vasconcelos é uma reserva moral do PMDB e da vida pública do Brasil. Foi fundador do partido e sempre honrou suas melhores tradições. Ao votar pela autorização da investigação proposta pela Procuradoria Geral da República, o fez sem expressar qualquer pré-julgamento. Votou em sintonia com a sua consciência, com a sua história e com o sentimento da maioria da sociedade brasileira”, diz o texto.

CURTAS

NA PRESSÃO– A bancada de Pernambuco na Câmara dos Deputados vai voltar a se reunir com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, na próxima terça-feira. Em pauta, a cobrança de uma definição pela manutenção da sede da Hemobrás no Estado. O ministro está vacilante, mas sofreu tamanho bombardeiro nos últimos dias que deve desistir de transferir a empresa para o Paraná.

PISO– Aproveitando a data em que se comemora o Dia do Advogado, o governador Paulo Câmara (PSB) sancionou, ontem, a Lei nº 16.116, que institui o piso salarial da categoria em Pernambuco. A iniciativa, segundo o Governo, visa a valorizar o exercício da advocacia na iniciativa privada. A nova lei estabelece piso mínimo de R$ 2 mil para profissionais que cumprem meia jornada de trabalho – 20 horas semanais – e um mínimo de R$ 3 mil para quem cumpre jornada integral, de 40 horas.

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